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Arsênio e mercúrio são encontrados no Rio Doce

Níveis ilegais de arsênio e mercúrio poluíram o Rio Doce nos dias após o rompimento da barragem da mineradora Samarco, segundo testes de agência


	Rio Doce: entidade chegou a encontrar níveis de arsênio mais de dez vezes acima do limite legal em um ponto do Rio Doce
 (Ricardo Moraes/REUTERS)

Rio Doce: entidade chegou a encontrar níveis de arsênio mais de dez vezes acima do limite legal em um ponto do Rio Doce (Ricardo Moraes/REUTERS)

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Da Redação

Publicado em 26 de novembro de 2015 às 15h50.

Rio de Janeiro - Níveis ilegais de arsênio e mercúrio poluíram o Rio Doce nos dias após o rompimento da barragem da mineradora Samarco, no início de novembro, em Mariana (MG), no pior desastre ambiental já registrado na história do Brasil, de acordo com testes realizados por uma agência estadual de água.

O Instituto de Gestão das Águas de Minas Gerais (Igam), chegou a encontrar níveis de arsênio mais de dez vezes acima do limite legal em um ponto do Rio Doce, depois do colapso da barragem em 5 de novembro, que matou pelo menos 13 pessoas e derramou uma lama espessa por diversas cidades do país.

Uma quantidade de mercúrio ligeiramente acima do nível permitido também foi encontrada em uma área.

No total, o Igam encontrou níveis inaceitáveis ​​de arsênio em um ou mais dias entre 7 de novembro e 12 de novembro, em sete trechos do Rio Doce, que se estende por 800 quilômetros de Minas Gerais ao Espírito Santo desaguando na costa atlântica.

O relatório, que tem a data de 17 de novembro, mas foi publicado no site do Igam apenas na terça-feira, após pressão do Ministério Público, parece contradizer afirmações feitas pelas empresas responsáveis ​​pela mina.

A Samarco, joint venture formada pela anglo-australiana BHP Billiton e pela brasileira Vale, tem dito repetidamente que a lama liberada pela barragem não é tóxica.

A Samarco disse em um comunicado nesta quinta-feira que seus próprios testes nos rejeitos da barragem mostraram que eles não representam qualquer risco para os seres humanos.

Na quarta-feira, a agência das Nações Unidas para os direitos humanos disse que novas provas mostraram que a lama "continha altos níveis de metais pesados ​​tóxicos e outros produtos químicos", sem especificar quais são os produtos químicos ou de onde vieram as evidências.

Leonardo Castro Maia, um promotor na cidade de Governador Valadares, que teve seu abastecimento de água cortado após a chegada da lama, disse à Reuters que tinha pressionado o Igam para que publicasse suas conclusões em seu site. Após uma demora, ele disse que a agência publicou.

"Há uma verdadeira falta de comunicação entre os organismos de testes da água e da população em geral. A distribuição da informação precisa ser melhorada", disse Maia.

O Laboratório Tommasi, empresa contratada pela agência ambiental do Espírito Santo para fazer testes na água, disse que também tinha encontrado arsênio acima dos níveis legais, mas as quantidades caíram nos últimos dias.

"É arsênio que não estava lá antes do estouro da barragem", disse o proprietário do laboratório, Bruno Tommasi. Ele disse que seus testes não encontraram mercúrio ou urânio e também pediu cautela sobre como interpretar os resultados de arsênio.

"Diferentes tipos de arsênio causam diferentes níveis de danos e nossos testes não especificaram que tipo de arsênio estava na água", disse ele.

Biólogos que trabalham ao longo do rio e no litoral ficaram chocados com o impacto da barragem que estourou.

A lama já matou milhares de peixes, mas a BHP disse que provavelmente morreram engasgados com o grande volume de sedimentos liberado pela barragem, e não por uma composição química da lama.

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