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"Arma é garantia de nossa liberdade", defende Bolsonaro em Curitiba

Eduardo Bolsonaro reforçou o tom bélico. "Presidente tem que meter bala em vagabundo e não formar quadrilha com eles", disse

Jair Bolsonaro: "Na próxima vez quero ver 200 pessoas armadas aqui dentro", disse ele, sob aplausos, ao participar de um almoço de adesão em Curitiba (Rodolfo Buhrer/Reuters)

Jair Bolsonaro: "Na próxima vez quero ver 200 pessoas armadas aqui dentro", disse ele, sob aplausos, ao participar de um almoço de adesão em Curitiba (Rodolfo Buhrer/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 29 de março de 2018 às 16h17.

Última atualização em 15 de outubro de 2018 às 12h09.

Curitiba — Diante de cerca de 2 mil apoiadores, vários deles fardados e armados, o deputado Jair Bolsonaro (PSL-RJ), pré-candidato à Presidência, fez mais uma vez apologia ao uso de armamento de fogo, inclusive por civis. "Na próxima vez quero ver 200 pessoas armadas aqui dentro", disse ele, sob aplausos, ao participar de um almoço de adesão em um restaurante tradicional de Curitiba.

"A arma, mais que a defesa da vida, é a garantia da nossa liberdade", justificou, acompanhado dos deputados Eduardo Bolsonaro (PSL-RJ) e Fernando Francischini (PSL-PR), além do ator Alexandre Frota - já anunciado pelo pré-candidato como seu ministro da Cultura, caso seja eleito.

Durante o evento, no qual cada presente pagou R$ 45 para participar, o presidenciável recebeu de presente um boneco com sua imagem, com faixa presidencial e fuzil nas mãos.

Eduardo Bolsonaro reforçou o tom bélico. "Presidente tem que meter bala em vagabundo e não formar quadrilha com eles", disse.

Sentado na primeira mesa em frente ao palco, com duas armas na cintura, camisa camuflada e boina do exército, Mário Sérgio "Bradock" Zacheski, ex-deputado e delegado de polícia aposentado, aplaudia. "É inerente do ser humano andar armado. Se alguém está armado eu tenho que estar também. Tem que nivelar", disse. "Se vier um cara de dois metros de altura me atacar, eu, que sou baixinho, vou me defender como?", questionou à reportagem.

A declaração de Bolsonaro foi dada dois dias depois de ônibus da comitiva do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, presidenciável pelo PT, terem sido atingidos por disparos durante a caravana que o petista fez pelo Sul do País, encerrada ontem em Curitiba. Em discurso, ontem, os pré-candidatos Guilherme Boulos (PSOL) e Manuela D'Àvila (PCdoB) responsabilizaram Bolsonaro por incitar atos violentos como o atentado à comitiva de Lula.

À reportagem, o pré-candidato do PSL voltou a afirmar que os disparos contra os ônibus que faziam parte da caravana do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foram simulados pelos próprios petistas. "Isso aí foi uma armação deles. Tentaram se vitimizar e botar a culpa do seu insucesso nos outros", afirmou.

Questionado se essa não seria uma declaração precipitada, uma vez que a polícia ainda não divulgou resultado da perícia nos veículos, afirmou: "Nada a ver. É minha convicção. Eu suspeito disso. Posso estar errado".

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