Após ser eleito o novo 1º vice-presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP) é cumprimentado pelo presidente da Casa, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) (Gustavo Lima/Câmara dos Deputados)
Da Redação
Publicado em 7 de maio de 2014 às 18h30.
Brasília - O líder do governo na Câmara dos Deputados, Arlindo Chinaglia (PT-SP), foi eleito nesta quarta-feira para a vice-presidência da Casa, depois que o deputado André Vargas (sem partido-PR) renunciou ao cargo e se desfiliou do PT após uma onda de denúncias sobre seu envolvimento com o doleiro Alberto Youssef.
Chinaglia recebeu 343 votos a favor de sua eleição e 51 votos em branco. Ele era o único concorrente, já que pela regra de proporcionalidade do tamanho das bancadas o PT tinha preferência para indicar o substituto de Vargas.
Com a eleição, Chinaglia terá que deixar a liderança do governo e a presidente Dilma Rousseff ainda não indicou um substituto.
Mais cedo, em conversa com jornalistas, Chinaglia disse que não chegou a fazer uma campanha na bancada para ser indicado ao posto, mas seu nome foi o que mais agregou apoio entre os petistas.
A bancada fez uma votação na terça-feira e ele venceu a disputa interna contra o deputado e ex-ministro da Pesca e das Relações Institucionais Luiz Sérgio (RJ).
Chinaglia já presidiu a Câmara entre 2007 e 2009 e foi o principal articulador de um acordo entre o PT e PMDB para que as duas bancadas se revezassem no comando da Casa, que tem sido seguido até hoje.
Vargas deixou o cargo depois que a Polícia Federal revelou durante a Operação Lava-Jato, que investiga um esquema de lavagem de dinheiro, sua ligação com o doleiro Youssef. Recaem sobre o ex-petista denúncias de obtenção de vantagens em contratações junto ao Ministério da Saúde.
A ligação de Vargas com Youssef já havia sido evidenciada pela denúncia de que ele viajara com a família em um jatinho particular do doleiro. Na ocasião, o petista se justificou no plenário da Câmara.
Youssef está preso desde do dia 17 de março e Vargas rejeita as denúncias de sua ligação com ele e de tráfico de influência no Ministério da Saúde.