Augusto Aras (Sergio Lima/AFP/Getty Images)
Agência de notícias
Publicado em 9 de setembro de 2023 às 14h14.
O procurador-geral da República, Augusto Aras, criticou neste sábado o acordo de delação premiada de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro. Aras publicou uma mensagem nas redes sociais em que disse que a PGR "não aceita delações conduzidas pela Polícia Federal" e criticou delações feitas no âmbito da Operação Lava-Jato, como as do ex-ministro Antonio Palocci e do ex-governador do Rio de Janeiro Sergio Cabral.
"A Procuradoria Geral da República não é de Augusto Aras. É da República Federativa do Brasil e é pautada pela Constituição. A PGR, portanto, não aceita delações conduzidas pela Polícia Federal, como aquelas de Antonio Palocci e de Sérgio Cabral, por exemplo", afirmou o chefe da PGR.
A manifestação de Aras acontece logo depois de o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, homologar o acordo de delação sugerido por Cid, que era um dos principais auxiliares do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Por decisão de Moraes, Mauro Cid será colocado em liberdade provisória. Ele está preso desde maio após ser alvo de uma ação que apura a atuação de um grupo que teria inserido dados falsos de vacinação contra a Covid-19 nos sistemas do Ministério da Saúde.
Há também outras apurações abertas contra o militar e que tem potencial para desgastar Bolsonaro, como as relacionadas às suspeitas de uma trama por golpe de estado, o envolvimento em uma reunião com o hacker Walter Delgatti Netto, que declarou que participou de uma tentativa de inserção de dados falsos nas urnas eletrônicas e a suspeita de vendas de joias que foram recebidas como presente pelo governo brasileiro.