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Aprovação do Ministério da Saúde é o dobro da de Bolsonaro, diz Datafolha

Segundo o instituto, a pasta é aprovada por 76% da população, enquanto o presidente recebeu aprovação de 33% em meio à pandemia do coronavírus

Luiz Henrique Mandetta: Bolsonaro vem travando uma disputa interna com o protagonismo do ministro da Saúde à frente do ministério (Ueslei Marcelino/Reuters)

Luiz Henrique Mandetta: Bolsonaro vem travando uma disputa interna com o protagonismo do ministro da Saúde à frente do ministério (Ueslei Marcelino/Reuters)

AO

Agência O Globo

Publicado em 3 de abril de 2020 às 14h41.

Pesquisa Datafolha divulgada na tarde desta sexta-feira indica que a aprovação do Ministério da Saúde é hoje o dobro da avaliação do presidente Jair Bolsonaro. Segundo o instituto, a pasta é aprovada por 76% da população, enquanto o presidente recebeu aprovação de 33%.

O Datafolha ouviu 1.511 pessoas por telefone entre os dias 1 e 3 de abril. Na pesquisa anterior, o ministério conduzido por Luiz Henrique Mandetta tinha uma aprovação de 55%. O Datafolha também registrou queda na reprovação da pasta: caiu de 12% para 5%.

Já o presidente Bolsonaro teve uma queda de sua aprovação, mas dentro da margem de erro: de 35% para 33%. A avaliação é estável também entre os que consideram o presidente regular: de 26% para 25%.

Bolsonaro vem travando uma disputa interna com o protagonista de Mandetta à frente do ministério. Nesta quinta-feira, em entrevista a rádio Jovem Pan, o presidente chegou a dizer que falta humildade ao ministro, e que os dois estão "se bicando há tempos".

Mandetta, por sua vez, tem evitado o confronto. Com alta popularidade, o ministro minimizou os ataques do chefe. Disse que continuava trabalhando e que seu foco era no combate à doença.

'Brasileiros confiam em Mandetta'

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), afirmou ao GLOBO nesta sexta-feira que Mandetta é “essencial” para o enfrentamento da crise do novo coronavírus no país e que "o Congresso e os brasileiros confiam no trabalho que ele está desempenhando".

—  Mandetta é essencial nesse momento de pandemia, porque tem demonstrado capacidade técnica e de diálogo —  disse Alcolumbre.

Assim como o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), Alcolumbre também afirmou que o ministro tem o "o total e irrestrito apoio do Congresso" para permanecer no cargo.

Nesta manhã, ao participar o seminário "Propostas para o recomeço", promovido pelo jornal Valor Econômico e pelo banco Itaú, com transmissão ao vivo pela internet, Maia disse que o Parlamento vai dar todo o respaldo que puder à permanência de Mandetta no posto e lembrou que o presidente Jair Bolsonaro tem feito pressão contra o auxiliar que ele mesmo escolheu.

—  Temos toda confiança e todo respaldo que o ministro da Saúde precisar na Câmara e no Senado — disse para depois acrescentar: — O presidente fez escolhas pessoais para os ministérios, Mandetta foi escolha dele, apesar de Mandetta ser filiado ao meu partido. Mandetta foi escolhido por suas qualidades técnicas.

Bolsonaro discorda das medidas de distanciamento social adotadas por estados e municípios por orientação do Ministério da Saúde para evitar a propagação da epidemia de coronavírus.

Resista a 'despreparados'

O governador de São Paulo, João Doria, pediu que  Mandetta permaneça no cargo para enfrentar a pandemia do novo coronavírus.

- Quero mandar uma mensagem de solidariedade do ministro Mandetta, que tem sido dedicado, correto e fluido nas informações aos estados. Tenho certeza que seu esforço é reconhecido por todos - afirmou Doria.

Sem citar Bolsonaro, o governador aconselhou Mandetta a resistir aos "despreparados".

-Continue cumprindo seu papel e resista aos despreparados - afirmou Doria.

O rompimento político entre Doria e Bolsonaro tornou-se ainda mais evidentes nesta crise da saúde. Os dois são candidatos em potencial à eleição presidencial em 2022.

Na semana passada eles bateram boca numa reunião com governadores do Sudeste para tratar da pandemia e ações de combate à Covid-19.

Nesta semana Doria cumprimentou o presidente pelo pronunciamento feito ao país no rádio a na TV, mas, no mesmo dia, cobrou coerência de Bolsonaro na condução do país durante a pandemia.

São Paulo tem 3.506 casos confirmados e 214 óbitos. No Brasil são 7.910 e 299 mortes.

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