Lula: segurança pública e relações internacionais puxaram a queda na avaliação do presidente (Ricardo Stuckert/Flickr)
Repórter de Brasil e Economia
Publicado em 7 de março de 2024 às 15h00.
Última atualização em 7 de março de 2024 às 15h03.
Pela primeira vez desde o início do seu terceiro mandato, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem menos de 50% de aprovação. Segundo a pesquisa AtlasIntel divulgada nesta quinta-feira, 7, a avaliação positiva caiu de 52% para 47%, e a desaprovação subiu de 43% para 46%.
Essa é a segunda pesquisa de opinião que mostra uma piora na avaliação do governo. Na quarta-feira, 6, a pesquisa Genial/Quaest mostrou uma queda da aprovação do presidente Lula.
Entre os grupos avaliados, o pior cenário é entre os evangélicos, onde 62,8% desaprovam o trabalho do presidente. No recorte por religião, esse grupo é o único que a maioria não avalia de forma positiva Lula.
Ao observar o recorde por renda, 55,6% dos eleitores com renda familiar entre R$ 3.000 e R$ 5.000 não estão satisfeitos com o trabalho do petista. Homens e pessoas com mais de 60 anos também mais desaprovam do que aprovam o presidente.
Os melhores resultados de Lula são entre a população da região Nordeste, com 56,3% da aprovação, entre as pessoas com ensino superior completo, 52,1%, e os mais pobres, com renda de até R$ 2.000, onde o presidente é aprovado por 53,6% da população.
A pesquisa aponta que o Brasil segue polarizado, com Lula sem conseguir conquistar uma parcela relevante dos eleitores que votaram no ex-presidente Jair Bolsonaro no segundo turno das eleições de 2022. O levantamento mostra que apenas 2,9% que votaram em Bolsonaro aprovam o trabalho de Lula, enquanto 95,9% desaprovam. Entre os que votaram no petista no segundo turno, 86,9% aprovam e 6% desaprovam.
O levantamento mostrou ainda que 40,6% avaliam o governo como ruim ou péssimo, 38,1% acham ótimo e bom, 18,2% apontam que é regular e 3,1% não sabem.
Entre as áreas que mais prejudicaram a avaliação do governo está a segurança pública, que teve alta de 14 pontos percentuais na taxa de ruim e péssimo. A alta das avaliações negativas também atingiu áreas como responsabilidade fiscal e controle de gasto, combate à corrupção e direitos humanos.
Nas relações internacionais, área com boa avaliação nas pesquisas anteriores, a taxa de ótimo e bom caiu nove pontos percentuais. O resultado pode ser reflexo da declaração do presidente Lula sobre o conflito Israel e Hamas, quando comparou o desastre humanitário em Gaza ao Holocausto, e abriu uma crise diplomática com Israel.
Apesar dos dados mostrarem uma população mais insatisfeita com o governo Lula, a percepção das pessoas é que todas as áreas da gestão Lula ainda têm um desempenho melhor do que na gestão Bolsonaro, com saldos bastante positivos.
A pesquisa AtlasIntel ouviu 3.154 pessoas entre os dias 2 e 5 de março de 2024, usando a recrutamento digital aleatório (Atlas RDR). A margem de erro é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos e o nível de confiança é de 95%.