Brasil

Após veto a Luana Araújo, governo nomeia nova secretária para Saúde

O Ministério da Saúde nomeou a médica Rosana Leite de Melo como Secretária Extraordinária de Enfrentamento à Covid-19 da pasta

Luana Araújo, ex-secretária do Ministério da Saúde, na CPI da Covid (Jefferson Rudy/Agência Senado)

Luana Araújo, ex-secretária do Ministério da Saúde, na CPI da Covid (Jefferson Rudy/Agência Senado)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 17 de junho de 2021 às 09h29.

O Ministério da Saúde nomeou a médica Rosana Leite de Melo como Secretária Extraordinária de Enfrentamento à Covid-19 da pasta.

O cargo foi criado no início de maio deste ano pelo ministro Marcelo Queiroga, mas ainda seguia sem titular. A médica infectologista Luana Araújo chegou a ser anunciada para a vaga, trabalhou por dez dias à frente da nova secretaria, mas não foi confirmada na função.

A nomeação de Rosana Leite de Melo está publicada no Diário Oficial da União (DOU) desta quinta-feira, 17. Ela é graduada em Medicina pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) e até agora era a diretora do Hospital Regional de Mato Grosso do Sul, unidade de referência para o tratamento do novo coronavírus no Estado.

Na semana passada, Rosana esteve em Brasília para reunião com o ministro Queiroga. Segundo informações publicadas no site do Hospital Regional de Mato Grosso do Sul, a reunião contou também com a participação do secretário de Atenção Especializada à Saúde, Sérgio Okane, e serviu "para discutir assuntos pertinentes ao enfrentamento da covid-19 e suas repercussões".

Sobre a desistência do nome de Luana Araújo, Queiroga mudou sua versão. No último dia 8, o ministro disse à CPI da Covid que não confirmou Luana porque o nome dela não traria "a conciliação entre os médicos" que ele pretende promover.

No entanto, em audiência na Câmara no dia 26 de maio, ele havia sugerido que a nomeação não tinha sido formalizada por questões políticas. "É necessário que exista validação técnica e que exista também validação política para todos os cargos que pertencem ao núcleo de cargos de confiança do governo, porque senão não há condição do presidente da República implementar as políticas públicas que são necessárias para o enfrentamento da pandemia de covid-19", disse Queiroga na ocasião.

À CPI, porém, o ministro afirmou que a "validação política" seria da classe médica, e não partidária. "Questão política não é questão político-partidária, é questão política da própria classe médica. Não é um nome que harmoniza", argumentou ele, numa referência a Luana, que é defensora da ampla vacinação e contrária ao chamado tratamento precoce contra covid.

No depoimento que prestou à CPI, Luana afirmou que "qualquer pessoa", independente de cargo ou posição social, que defende métodos sem comprovação científica para o tratamento de doenças, tem "responsabilidade sobre o que acontece depois". A médica também reforçou que a autonomia médica, apesar de fazer parte da prática, "não é licença para experimentação".

A infectologista ainda disse aos senadores não saber o motivo de não ter sido nomeada para a equipe de Queiroga, mas afirmou que seu nome "não passaria pela Casa Civil". Queiroga negou ter dado essa informação à médica.

Quais são as tendências entre as maiores empresas do Brasil e do mundo? Assine a EXAME e saiba mais.

 

Acompanhe tudo sobre:CoronavírusMarcelo QueirogaMedicinaMinistério da SaúdePandemia

Mais de Brasil

Planalto trabalha para aprovar projeto que limita emendas e resolve impasse de repasses bloqueados

Procon-SP reforça ações de atendimento para a Black Friday

Novembro terá chuvas e calor em excesso em algumas regiões do país

Lula se posiciona a favor de Kamala Harris a poucos dias das eleições americanas