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Após um ano, juiz manda soltar hackers de Moro e Deltan Dallagnol

Walter Delgatti Neto, o "Vermelho", e Thiago Eliezer Martins dos Santos, o "Chiclete", foram denunciados pela invasão de celulares de autoridades do país

Sergio Moro: hackers foram presos preventivamente em julho do ano passado e denunciados como mentores dos crimes cibernéticos em janeiro deste ano (Ueslei Marcelino/Reuters)

Sergio Moro: hackers foram presos preventivamente em julho do ano passado e denunciados como mentores dos crimes cibernéticos em janeiro deste ano (Ueslei Marcelino/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 29 de setembro de 2020 às 15h41.

Última atualização em 29 de setembro de 2020 às 18h01.

O juiz Ricardo Leite, substituto da 10ª Vara Federal de Brasília revogou nesta segunda-feira, 28, as prisões de Walter Delgatti Neto, o "Vermelho", e Thiago Eliezer Martins dos Santos, o "Chiclete", denunciados na Operação Spoofing pela invasão de celulares de autoridades do país, incluindo o ex-ministro Sergio Moro (Justiça e Segurança Pública) e o procurador da República Deltan Dallagnol.

Os dois foram presos preventivamente em julho do ano passado e denunciados como mentores dos crimes cibernéticos em janeiro deste ano ao lado de outras quatro pessoas. Além dos hackeamentos, o grupo é acusado por fraudes bancárias, lavagem de dinheiro e organização criminosa.

Na decisão, o juiz levou em conta um habeas corpus concedido pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região que, a pedido da Defensoria Pública da União, anulou as audiências realizadas desde o início da instrução da Spoofing. No entendimento do magistrado, manter as prisões preventivas durante toda a instrução criminal "acarretará inevitável excesso de prazo".

"Manter a prisão preventiva de Thiago Eliezer Martins dos Santos e de Walter Delgatti Neto durante toda a instrução criminal acarretará inevitável excesso de prazo. Mesmo tendo a defesa pugnado pela nulidade da instrução processual, tendo dado causa à demora na instrução processual, entendo que objetivamente há excesso de prazo na increpação dos custodiados sem que tenha havido o desenvolvimento da relação processual. Além disto, sequer houve oferta de denúncia em relação ao outro inquérito pelo qual constam como investigados", escreveu o magistrado.

Em substituição às preventivas, o juiz fixou medidas cautelares que incluem o uso de tornozeleiras eletrônicas e proibição de contato com outros réus, testemunhas ou pessoas relacionadas aos fatos investigados. Ricardo Leite ainda determinou a "proibição absoluta de acessar endereços eletrônicos pela internet — inclusive com a utilização de smartphones —, redes sociais, aplicativos de mensagens tipo WhatsApp ou outro, exceto para videoconferências e compromissos com a Justiça".

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