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Após ser chamado de petista, Bolsonaro volta a defender Kassio Nunes

Mesmo criticado, Bolsonaro afirmou que seu indicado para o Supremo Tribunal Federal não votou contra a deportação do terrorista italiano Cesare Battisti

Jair Bolsonaro: presidente defendeu a indicação de Kassio Nunes para o Supremo Tribunal Federal (Carolina Antunes/PR/Flickr)

Jair Bolsonaro: presidente defendeu a indicação de Kassio Nunes para o Supremo Tribunal Federal (Carolina Antunes/PR/Flickr)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 4 de outubro de 2020 às 16h14.

Em meio às repercussões negativas entre apoiadores de direita sobre a indicação do desembargador Kassio Nunes Marques ao Supremo Tribunal Federal (STF), o presidente Jair Bolsonaro usou o Facebook para argumentar que o magistrado não votou contra a deportação do terrorista italiano Cesare Battisti.

A indicação do nome de Kassio Nunes Marques para a vaga do decano Celso de Mello, que irá se aposentar no dia 13 de outubro gerou críticas de setores que apoiam o presidente como militares e evangélicos, que disseram nos bastidores estarem desapontados com a escolha do nome. A atuação dele em um julgamento do caso no Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1) tem sido um dos principais pontos usados por militantes de direita contra a escolha confirmada por Bolsonaro nesta semana.

"O desembargador Kassio participou de julgamento que tratou exclusivamente de matéria processual e não emitiu nenhuma opinião ou voto sobre a extradição. A apelação no TRF1 nunca chegou a ser julgada em razão de decisão posterior do STF. Portanto é mentira que Kassio Nunes teria votado concordando que Battisti permanecesse no Brasil", enfatizou Bolsonaro, na rede social.

Ele lembrou que o STF decidiu em 2009 que caberia exclusivamente ao Presidente da República autorizar, ou não, a extradição de Battisti. No fim de 2010, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva negou a extradição do terrorista italiano. Em março de 2015 a Juíza Adverci Rates, da 2ª. Vara Federal determinou que Battisti fosse deportado.

"Em setembro de 2015, a 6ª Turma do TRF-1, tendo o desembargador Kassio Nunes como vogal, num agravo de instrumento, resolveu suspender a decisão porque a matéria só poderia ser julgada na apelação", acrescentou Bolsonaro.

O presidente voltou a rebater os ataques contra a sua indicação para o STF e mais uma vez insinuou - sem dizer nomes - que um dos seus maiores críticos estaria chateado por não ter conseguido emplacar um nome para a vaga no Supremo. "Lamento as críticas infundadas que inundaram as mídias, em especial de uma autoridade do Rio, que queria, a qualquer custo, que eu indicasse um candidato seu para o Supremo", completou.

As redes sociais continuaram mostrando a insatisfação de parte dos apoiadores de Bolsonaro na manhã deste domingo, após o presidente ter se reunido na noite de ontem com o ministro Dias Toffoli, ex-presidente do STF. O desembargador Kassio Nunes Marques e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), também participaram do encontro deste sábado na casa de Toffoli.

Ao também deixar a residência do ministro do STF, Alcolumbre confirmou que na próxima terça-feira, 6, será definido, em reunião de líderes, o calendário de tramitação da indicação de Kassio Marques ao Supremo. Conforme noticiou o Broadcast/Estadão o presidente do Senado quer fazer a sabatina do desembargador a partir do dia 15.

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