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Estudante que era ameaçada por posições políticas é estuprada em Fortaleza

Segundo a OAB, ela havia denunciado a autoridades de segurança que recebia ameaças há vários dias

Estupro: após o crime, estudantes da Unifor e de outras universidades realizaram um protesto na manhã desta sexta-feira contra a violência sofrida pela mulher (AlexLinch/Thinkstock)

Estupro: após o crime, estudantes da Unifor e de outras universidades realizaram um protesto na manhã desta sexta-feira contra a violência sofrida pela mulher (AlexLinch/Thinkstock)

AB

Agência Brasil

Publicado em 26 de outubro de 2018 às 18h34.

Última atualização em 28 de outubro de 2018 às 09h52.

Uma estudante de 33 anos foi vítima de estupro na quinta-feira, 25, próximo ao campus da Universidade de Fortaleza (Unifor), onde estuda. O crime gerou comoção e diversas entidades e estudantes protestaram na manhã desta sexta-feira, 26, em frente à instituição. A suspeita é que o crime tenha ocorrido por intolerância política.

Segundo a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social do Ceará (SSPDS), o crime foi denunciado na noite de quinta-feira. A mulher se dirigiu à Casa da Mulher Brasileira e foi acolhida no Centro de Referência da Mulher por uma equipe de assistentes sociais e psicólogos. Ela foi encaminhada para a Perícia Forense para realização de exame de corpo de delito e, em seguida, a uma unidade de saúde para ser medicada.

A cópia de uma mensagem supostamente enviada para a estudante circula nas redes sociais. No texto, há a ameaça de estupro e a pessoa a chama de comunista. Estudantes da Unifor e de outras universidades realizaram um protesto na manhã desta sexta-feira contra a violência sofrida pela mulher e contra a intolerância política.

Nota da OAB

Em nota, a Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil - Secção Ceará (OAB/CE) disse que acompanha o caso "com consternação" e que o crime aparentemente ocorreu "por motivações políticas". Ainda segundo a nota, a estudante havia denunciado a autoridades de segurança que recebia ameaças há vários dias.

"É lamentável e repugnante o nível que se chega nessas eleições. É preocupante o empoderamento de grupos que repercutem o discurso de ódio", frisa a nota da comissão.

A OAB/CE faz parte do recém-lançado Observatório da Intolerância Política e Ideológica do Ceará, que monitora e acompanha denúncias e casos de violência relacionados a preconceitos, discriminações e intolerância. O observatório é formado também pelas Defensorias Públicas da União (DPU) e do Estado (DPE) e pelo Conselho Estadual de Defesa dos Direitos Humanos (CEDH).

O Ministério Público Estadual (MPCE) informou que está em contato com a Polícia Civil do Ceará para colaborar no esclarecimento do crime e punir os responsáveis. O caso está sob responsabilidade da Delegacia de Defesa da Mulher de Fortaleza.

A Unifor também lançou nota repudiando a violência sofrida pela estudante e afirmando que "está tomando as medidas cabíveis junto às autoridades competentes e coloca a sua estrutura de apoio jurídico e psicológico para acompanhamento."

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