Arcabouço fiscal: Cajado também minimizou o atrito gerado pela declaração dada por Haddad e disse que a questão está "superada" (Zeca Ribeiro/Agência Câmara)
Redação Exame
Publicado em 15 de agosto de 2023 às 16h38.
Última atualização em 15 de agosto de 2023 às 16h38.
O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), e líderes partidários definiram nesta terça-feira, 15, que a reunião para discutir as alterações feitas pelo Senado no projeto do novo arcabouço fiscal será na próxima segunda-feira, 21.
A informação foi confirmada pelo relator do projeto, deputado Cláudio Cajado (PP-BA), em declaração à imprensa. Ele também teria uma reunião nesta terça com Haddad e a ministra do Planejamento, Simone Tebet, mas disse que não pôde comparecer por ter sido convocado por Lira. De acordo com o Cajado, a reunião da próxima segunda servirá para buscar um consenso em torno do texto aprovado no Senado.
Cajado também minimizou o atrito gerado pela declaração dada por Haddad e disse que a questão está "superada". A reunião estava marcada para acontecer na última segunda-feira, 14, mas foi desmarcada após uma declaração do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, sobre o poder da Câmara em relação aos demais poderes gerar incomodo nos parlamentares.
Em entrevista ao jornalista Reinaldo Azevedo, do programa "Reconversa", realizada na última sexta-feira, mas que foi ao ar nesta segunda, Haddad disse que a Câmara está com "poder muito grande".
"O fato é que estamos conseguindo encontrar caminho. Não está fácil, não pense que está fácil. A Câmara está com um poder muito grande e ela não pode usar esse poder para humilhar o Senado e o Executivo. Mas, de fato, ela está com um poder que eu nunca vi na minha vida", havia dito Haddad.
Durante a tarde de ontem, o ministro explicou que a fala não se referia à atual legislatura. "As minhas declarações foram tomadas como uma crítica à atual legislatura. Na verdade, eu estava fazendo uma reflexão sobre o fim do chamado presidencialismo de coalizão. Na verdade, nós tínhamos até os dois primeiros governos de Lula, um presidencialismo de coalizão, e isso não foi substituído por uma relação institucional mais estável", declarou.
Haddad disse que ligou e conversou com o presidente da Câmara, Arthur Lira, sobre a situação. Ele diz que importante medidas econômicas tão teriam sido aprovadas ou encaminhadas no Congresso se não fosse o apoio do Legislativo.