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Após rebaixamento, governo segue comprometido com reformas

Para Ministério da Fazenda, Fitch reconheceu que os fundamentos brasileiros permitem absorver choques e garantir a sustentabilidade da dívida pública

Ministério da Fazenda: ponderou que a dívida pública federal conta com composição saudável atualmente (Andrevruas/Wikimedia Commons)

Ministério da Fazenda: ponderou que a dívida pública federal conta com composição saudável atualmente (Andrevruas/Wikimedia Commons)

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Reuters

Publicado em 23 de fevereiro de 2018 às 14h06.

Brasília  - O governo segue comprometido em progredir com a agenda de reformas macro e microeconômicas destinadas a garantir o equilíbrio das contas públicas, afirmou nesta sexta-feira o ministério da Fazenda após o rebaixamento do rating do Brasil pela agência de classificação de risco Fitch.

Em nota, o ministério apontou que a Fitch, ao fazer o downgrade, reconheceu "que os fundamentos macroeconômicos brasileiros permitem tanto absorver choques internacionais e domésticos como garantir a sustentabilidade da dívida pública".

Ao rebaixar o rating do Brasil para "BB-" com perspectiva estável, sobre "BB" com perspectiva negativa, a Fitch citou a situação fiscal do país e o que chamou de "importante retrocesso" na agenda de reformas após o governo do presidente Michel Temer ter desistido de votar a reforma da Previdência.

O ministério da Fazenda ponderou que a dívida pública federal conta com composição saudável atualmente, sendo que a baixa exposição cambial, baixa concentração de vencimentos no curto prazo e base diversificada de investidores "contribui para mitigar os riscos inerentes à sua gestão".

A Fazenda, contudo, não fez nenhuma menção direta à reforma Previdência em sua nota.

Com a decisão da Fitch, o Brasil fica ainda mais longe do chamado "grau de investimento", que classifica os países como bons pagadores e, consequentemente, ajuda a ter menores custos para tomada de empréstimos.

Esta foi a segunda grande agência a rebaixar o rating brasileiro após os reveses com a reforma da Previdência.

Em janeiro, a Standard & Poor's foi pelo mesmo caminho após o governo decidir postergar a apreciação da proposta de dezembro do ano passado para depois do Carnaval.

No início dessa semana, o governo jogou definitivamente a toalha sobre a reforma previdenciária depois de decretada a intervenção federal na segurança pública no Rio de Janeiro, medida que, enquanto durar, inviabiliza a apreciação de emendas à Constituição no Congresso Nacional.

Para tentar amenizar, o governo apresentou um conjunto de 15 medidas econômicas consideradas prioritárias, boa parte delas já em tramitação no Congresso, com algumas enfrentando franca resistência dos parlamentares.

Ao comentar o naufrágio da reforma nesta semana, a Moody's, que ainda não rebaixou a nota de crédito brasileira, já apontou que a desistência é ruim para a classificação de risco do país porque limitará a capacidade de cumprir a regra do teto de gastos nos próximos anos.

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