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Após queda de 99% em abril, quanto caiu a produção de veículos em maio?

Indicador evidencia a retração na economia prevista para o ano por causa da pandemia do coronavírus

Produção da Fiat em Goiana / PE

producão do Jeep Renegade


Foto: Germano Lüders

05/01/2015 (Germano Lüders/Exame)

Produção da Fiat em Goiana / PE producão do Jeep Renegade Foto: Germano Lüders 05/01/2015 (Germano Lüders/Exame)

CA

Carla Aranha

Publicado em 5 de junho de 2020 às 06h40.

Última atualização em 5 de junho de 2020 às 10h08.

Depois de um tombo histórico em abril, quando a produção de veículos caiu 99,3% em comparação ao mesmo período do ano passado, o mercado aguarda a divulgação do resultado das montadoras em maio. Os indicadores do desempenho do setor relativos ao mês passado serão divulgados nesta sexta-feira, 5, pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), que também deverá anunciar a expectativa do setor para o ano.

Segundo a Anfavea, a produção de veículos em maio continuou praticamente em ponto morto, apesar de apresentar alguma melhora, devido à pausa das atividades das concessionárias com a crise do coronavírus e às previsões de retração econômica. Em abril, as montadoras produziram 1,8 mil unidades, o pior resultado mensal desde o início da série histórica, em 1957.

Um alento para o setor automotivo vem também nesta sexta. As concessionárias voltam a funcionar na capital paulista, de acordo com uma medida decretada pelo prefeito Bruno Covas (PSDB). As revendedoras de automóveis poderão atender os clientes durante quatro horas por dia, fora dos horários de pico do trânsito.

O início da flexibilização econômica em alguns estados, como Minas Gerais e Santa Catarina, porém, parece não ter sido capaz de trazer muito fôlego ao segmento, que responde por 22% do PIB do setor industrial.

A indústria, como um todo, passa por um revés significativo. Em abril, o setor registrou a maior retração dos últimos 18 anos, com uma queda na produção de 18,8% em relação a março. Os dados são da Pesquisa Industrial Mensal (PIM), divulgados na quarta-feira, 3, pelo IBGE.

Os principais indicadores da economia apontam para uma queda do PIB de pelo menos 10% no segundo trimestre. A indústria passa longe de ser o único setor seriamente afetado. O segmento de serviços também registra quedas consecutivas. Em março, o volume de serviços prestados no país teve uma redução histórica, de 6,9%, em comparação a fevereiro, segundo o IBGE.

A Fundação Getúlio Vargas (FGV) projeta uma queda no PIB da indústria de 8,2% para este ano. Para o setor de serviços, é estimada uma retração de 4,3%. O único segmento que deve apresentar um desempenho positivo é o agronegócio, com um crescimento estimado em 2,3%.

As projeções foram baseadas em análises do comportamento do consumo das famílias, com projeção de queda de 8%, no investimento das empresas (retração de 15%) e no desempenho do PIB. O crescimento da taxa de desemprego, que, segundo a FGV, poderá chegar a 18,7% este ano, é outro fator que influencia as projeções.

“Com menos dinheiro no bolso, os consumidores deverão restringir os gastos, o que deverá ter reflexos diretos na economia, mesmo depois da reabertura”, diz a economista Luana Miranda, da FGV.

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