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Após prisão, PL suspende salários e atividades partidárias de Bolsonaro

Ex-presidente está preso na Superintendência da Polícia Federal, em Brasília, desde sábado

Mateus Omena
Mateus Omena

Repórter

Publicado em 27 de novembro de 2025 às 17h58.

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O Partido Liberal (PL) anunciou nesta quinta-feira, 27, a suspensão dos salários e das atividades partidárias do ex-presidente Jair Bolsonaro, em razão da decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que determinou a suspensão de seus direitos políticos.

Bolsonaro, que tem o título de presidente de honra do partido, recebia um salário de R$ 42 mil mensais da legenda. Na justificativa, o PL mencionou a Lei dos Partidos Políticos.

"Infelizmente, por decorrência da lei (Lei 9096/95 – REspEl n° 060026764; AGR-RO 060023248) e em razão da suspensão dos direitos políticos do nosso Presidente de Honra, Jair Bolsonaro, as respectivas atividades partidárias de nosso líder estarão igualmente suspensas, inclusive a sua remuneração, enquanto perdurarem os efeitos do acórdão condenatório na AP 2668".

Prisão de Bolsonaro

Jair Bolsonaro encontra-se preso na Superintendência da Polícia Federal em Brasília desde sábado, 22, por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do STF.

O ex-presidente foi condenado a 27 anos e três meses de prisão pelo Supremo Tribunal Federal, após ser considerado culpado pelos crimes de liderança de organização criminosa, tentativa de abolição violenta do Estado democrático de direito, golpe de Estado, dano ao patrimônio da União e deterioração de patrimônio tombado.

Bolsonaro foi preso preventivamente, o que significa que a detenção decretada por Moraes ainda não corresponde ao cumprimento da pena por tentativa de golpe de Estado. A prisão preventiva foi determinada pelo ministro Alexandre de Moraes com o objetivo de garantir a ordem pública, evitar a fuga e impedir novas violações das medidas impostas ao ex-presidente.

A decisão de Moraes menciona três fatores centrais:

  1. Risco à ordem pública: a vigília convocada pelo senador Flávio Bolsonaro na véspera da prisão motivou a ordem de detenção. Para Moraes, o ato poderia ganhar “grande dimensão”, reunir centenas de apoiadores e repetir a lógica dos acampamentos montados após as eleições de 2022. Segundo o ministro, o evento expunha terceiros, o próprio réu e a efetividade da prisão domiciliar.
  2. Tentativa de romper a tornozeleira eletrônica: o ministro registrou que a tornozeleira foi violada às 0h08 deste sábado. O Centro de Integração de Monitoração Integrada do DF relatou o episódio ao STF. Para Moraes, o ato demonstrou intenção de fuga, que seria facilitada pelo tumulto gerado pela mobilização convocada pelo filho do ex-presidente.
  3. Elevado risco de fuga: Bolsonaro mora a cerca de 15 minutos da embaixada dos Estados Unidos e já foi investigado por tentar buscar abrigo diplomático anteriormente. Moraes relembrou também as evasões de aliados — como Alexandre Ramagem, Carla Zambelli e Eduardo Bolsonaro — para reforçar que há atuação coordenada para escapar da lei penal.
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