Brasil

Após nova decisão, defesa diz estar preocupada com saúde de Maluf

Com a decisão desta quinta-feira, 25, o parlamentar permanece preso no Complexo Penitenciário da Papuda

Maluf: a defesa afirmou que a defesa fez "uma análise técnica" baseada nos laudos médicos e está preocupada com a saúde do deputado (Adriano Machado/Reuters)

Maluf: a defesa afirmou que a defesa fez "uma análise técnica" baseada nos laudos médicos e está preocupada com a saúde do deputado (Adriano Machado/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 25 de janeiro de 2018 às 21h54.

Brasília - O deputado Paulo Maluf (PP-SP) teve pedido de habeas corpus negado pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal (TJDFT). Com a decisão desta quinta-feira, 25, do desembargador Jesuino Aparecido Rissato, o parlamentar permanece preso no Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília.

Após a nova decisão, o advogado de Maluf, Antônio Carlos de Almeida Castro, Kakay, afirmou que a defesa fez "uma análise técnica" baseada nos laudos médicos e está preocupada com a saúde do deputado. "Quer deixar explicitado, até para prevenir responsabilidade, que à toda evidência o sistema carcerário falido, desumano e despreparado não tem condições de dar uma segurança mínima a um apenado com 86 anos com tantas doenças graves e permanentes", afirmou.

No pedido de HC, a defesa de Maluf, que continua em regime fechado após o juiz da Vara de Execuções do DF Bruno Macacari negar a prisão domiciliar, sustentava que havia constrangimento ilegal nessa negativa, uma vez que, segundo os advogados do parlamentar, havia "recomendação específica do Instituto de Medicina Legal (IML) (...) para que o paciente tenha um acompanhamento ambulatorial especializado", sendo "surpreendente" que o juiz tenha considerado o presídio com condições de prestar o auxílio médico necessário. O regime domiciliar foi negado no dia 17 de janeiro.

No pedido de HC, feito nesta terça-feira (23), Kakay pedia para que fosse cassada a decisão da VEP, e concedida de forma "definitiva" a prisão domiciliar do deputado, na Papuda desde o dia 22 de dezembro.

Ao negar, o desembargador afirmou que o habeas corpus não deveria ter sido utilizado nesse caso. "Em outras palavras, a vindicada celeridade não pode criar nova via recursal, e tampouco é apta a transmudar as leis extravagante e processual penal, que por expressa determinação já definem o instrumento recursal adequado para o caso concreto", explicou Rissato.

Ao tratar dos pedidos relativos a doença de Maluf - que tem 86 anos e um câncer de próstata - o desembargador destacou que o laudo do IML concluiu que o parlamentar não apresenta grave limitação de atividade e restrição de participação e "que não exige cuidados contínuos que não possam ser prestados no estabelecimento prisional, devendo apenas ter acompanhamento ambulatorial especializado", lembrou durante a decisão.

"Não ficou comprovada a situação excepcional que poderia justificar a concessão de prisão domiciliar, pois o quadro de saúde do reeducando reclama cuidados que podem ser prestados no interior de estabelecimento prisional", completou o juiz, citando a decisão da VEP ao negar a domiciliar.

Maluf foi condenado a 7 anos, 9 meses e 10 dias pelo crime de lavagem de dinheiro quando era prefeito de São Paulo (1993-1996). No dia 19 de dezembro, o ministro Edson Fachin ordenou a execução da pena em regime fechado.

Acompanhe tudo sobre:distrito-federalPaulo MalufPrisões

Mais de Brasil

Acidente com ônibus escolar deixa 17 mortos em Alagoas

Dino determina que Prefeitura de SP cobre serviço funerário com valores de antes da privatização

Incêndio atinge trem da Linha 9-Esmeralda neste domingo; veja vídeo

Ações isoladas ganham gravidade em contexto de plano de golpe, afirma professor da USP