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Após morte, Unesp estuda punir alunos

A universidade estuda punições para estudantes que organizaram ou participaram da festa em que o aluno morreu


	Jovens fazem uso de bebidas alcoólicas: desde o caso, mais de 60 eventos estudantis em Bauru foram cancelados
 (Tornkvist/Getty Images)

Jovens fazem uso de bebidas alcoólicas: desde o caso, mais de 60 eventos estudantis em Bauru foram cancelados (Tornkvist/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 3 de março de 2015 às 08h38.

Bauru - A Universidade Estadual Paulista Julio de Mesquita (Unesp) estuda punições para estudantes que organizaram ou participaram da festa em que morreu o aluno do 4º ano de Engenharia Elétrica Humberto Moura Fonseca, de 23 anos, no sábado.

Ele teve coma alcoólico após beber 25 copinhos de vodca em uma "competição". Outros três universitários que participaram da disputa seguem internados em Bauru, no interior paulista.

Desde o caso, mais de 60 eventos estudantis na cidade foram cancelados.

A Unesp decretou luto oficial por três dias e adiou as provas, sem cancelar as aulas.

Segundo a assessoria da faculdade, o Departamento Jurídico analisa se há medidas a serem tomadas contra quem organizou ou participou da festa.

O advogado Luiz Carlos Celso de Barros disse ontem que entre 10 e 15 estudantes de repúblicas foram os responsáveis pela organização da Festa Inter Reps, onde aconteceu a morte.

Ele defende Luís Henrique Scafi Mengatti, de 22 anos, e Gabriel Juncal Prudente, de 25, que se apresentaram como responsáveis pelo evento e foram presos em flagrante pela polícia anteontem por homicídio com dolo eventual.

Logo na sequência, ambos foram liberados pela Justiça. Barros disse que seus clientes não foram os únicos a organizar o evento e prometeu apresentar os nomes "no momento oportuno".

Ele também tentará desqualificar a acusação de homicídio com dolo eventual. "Eles não tinham intenção de matar o colega."

No entanto, admitiu que os clientes não tiveram o cuidado de checar as condições de socorro, que a polícia alegou serem precárias. O evento não tinha alvará.

Barros também afirmou que a prova de resistência com consumo de vodca foi realizada por outro grupo de frequentadores da festa e os organizadores não tinham conhecimento.

Nas imagens gravadas da prova, os participantes aparecem com coletes com propaganda da cervejaria Skol, que patrocinou a Inter Reps, e bebem doses até não aguentar.

A Ambev divulgou nota na qual afirma que incentiva o consumo responsável e não dá informações sobre o patrocínio.

"A Ambev lamenta o ocorrido e reforça que o consumo responsável é um dos seus principais compromissos."

Festas canceladas

Segundo o jornal O Estado de S. Paulo apurou, mais de 60 eventos estudantis foram cancelados entre a noite de sábado e a tarde de domingo.

Mesmo festas já realizadas tiveram perfis tirados do ar. "Eu e as pessoas que organizamos festas antigas pensamos que a polícia poderia começar a investigar, já que nenhuma tinha licença nem alvará para acontecer ou vender bebidas", disse uma aluna.

Internados

Outros três universitários que participaram da disputa de sábado seguem internados. São Gabriela Alves Correia, de 23 anos, Mateus Pierre Carvalho, cuja idade não foi informada, e Juliana Tibúrcio Gomes, de 19 anos, todos alunos da Unesp.

"Estamos esperando que deixem os hospitais entre quinta e sexta", informou um funcionário da Unesp.

Os hospitais Estadual e da Unimed se recusaram ontem a divulgar informações sobre o estado de saúde dos três estudantes.

Conforme a reportagem apurou, porém, apenas Juliana apresentava quadro clínico mais delicado, mas não corria mais risco de morte. / Colaborou Luiz Felipe Barbiéri, especial para AE.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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