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Após janela partidária, DEM e PSL inflam; PT ainda tem maioria na Câmara

O prazo da chamada janela partidária em que parlamentares puderam mudar de legenda sem serem punidos foi encerrado na sexta-feira

Câmara: o DEM, por exemplo, recebeu ao menos sete deputados, pelos dados da Secretaria Geral, indo a 39 (Adriano Machado/Reuters)

Câmara: o DEM, por exemplo, recebeu ao menos sete deputados, pelos dados da Secretaria Geral, indo a 39 (Adriano Machado/Reuters)

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Reuters

Publicado em 9 de abril de 2018 às 20h33.

Brasília - Após o período da janela partidária, DEM e PSL foram os preferidos dos deputados migrantes, enquanto o PT, que enfrenta um dos momentos mais difíceis de sua história com a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, firma-se como a maior bancada da Câmara, segundo dados preliminares da Secretaria Geral da Mesa da Casa.

Iniciado em 8 de março, o prazo da chamada janela partidária em que parlamentares puderam mudar de legenda sem serem punidos pelas regras de fidelidade partidária foi encerrado à meia-noite de sexta-feira.

O DEM, por exemplo, recebeu ao menos sete deputados, pelos dados da Secretaria Geral, indo a 39. Mas a assessoria da liderança do partido na Câmara diz que a bancada passou a 44 deputados. A diferença pode se dever a tramites burocráticos no registro de filiação.

A leitura interna credita a preferência à movimentação pela refundação do partido, que já vinha se descolando do PSDB e teve como ápice de sua emancipação o lançamento da pré-candidatura do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (RJ), à Presidência da República.

"O DEM ficou grande e chegou o momento que a gente conseguiu construir um ambientepolítico no DEM e na relação com aliados", disse Maia mais cedo a jornalistas.

No caso do PSL, a pré-candidatura ao Planalto do deputado Jair Bolsonaro --que filiou-se à sigla no primeiro dia da janela-- serviu como grande atrativo. Bolsonaro lidera os cenários das pesquisas eleitorais quando o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva não aparece como candidato. O partido também foi o destino de ao menos sete deputados, segundo a SGM.

Já o PT, bancada tradicionalmente robusta na Câmara, manteve seu volume e firma-se como a maior bancada da Casa, com 59 deputados.

O PT trabalha para manter acesa a capacidade de atrair votos de Lula, mesmo com a prisão do ex-presidente no sábado. Mas mesmo antes da determinação de execução da pena do caso do tríplex no Guarujá, em São Paulo, o partido já havia colocado como prioridade, além da candidatura presidencial, garantir uma boa bancada na Câmara nas eleições de outubro.

O MDB, por outro lado, assistiu pelo menos 10 deputados desembarcarem de sua bancada. Ainda assim, posiciona-se como a segunda maior bancada da Casa, atrás apenas do PT.

Os dados preliminares foram divulgados às 17h pela SGM e ainda podem ser alterados. Os deputados que migraram podem já ter assinado fichas de filiação dentro do prazo mas os partidos têm até o dia 13 para enviar lista atualizada de filiados ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

A data limite da janela coincidiu com o prazo de filiação partidária para os interessados em concorrer nas próximas eleições.

Nos últimos momentos antes do fim do prazo, o ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa filiou-se na sexta-feira ao PSB, dando mais um passo na direção de se candidatar pelo partido à Presidência da República.

Defensores da candidatura do magistrado avaliam que ele poderá ser o grande beneficiário dos votos que iriam para o ex-presidente Lula.

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