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Após invasão, Bolsonaro se diz ligado a Trump; Maia e Alcolumbre criticam

Presidente da República reiterou, novamente sem apresentar evidências, que houve "muita denúncia de fraude" na corrida eleitoral americana

Jair Bolsonaro com Donald Trump: o presidente brasileiro reluta em reconhecer a derrota eleitoral 
de seu aliado (Alan Santos/PR/Divulgação)

Jair Bolsonaro com Donald Trump: o presidente brasileiro reluta em reconhecer a derrota eleitoral de seu aliado (Alan Santos/PR/Divulgação)

Mariana Martucci

Mariana Martucci

Publicado em 6 de janeiro de 2021 às 21h00.

Última atualização em 6 de janeiro de 2021 às 21h21.

O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quarta-feira ter acompanhado as cenas da invasão do Capitólio dos Estados Unidos por manifestantes pró-Trump, e reiterou, novamente sem apresentar evidências, que houve "muita denúncia de fraude" na corrida eleitoral na qual o atual presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, foi derrotado.

Instado por uma apoiadora a comentar os fatos desta quarta em Washington, Bolsonaro afirmou: "Eu acompanhei tudo hoje. Vocês sabem que eu sou ligado ao Trump, né? Então vocês já sabem qual é a minha resposta".

 

"Agora, muita denúncia de fraude, muita denúncia de fraude. Eu falei isso tempo atrás e a imprensa falou: sem provas, o presidente Bolsonaro falou que Trump foi fraudado nas eleições americanas", acrescentou Bolsonaro, em vídeo veiculado em uma rede social.

Bolsonaro só reconheceu a vitória do presidente eleito dos Estados Unidos, Joe Biden, sobre Trump 38 dias após o pleito americano. Durante esta quarta, o presidente e aliados próximos, como os filhos, permaneceram em silêncio em suas redes sociais, apesar de normalmente serem muito ativos nessas plataformas.

Procurada, a Secretaria de Comunicação da Presidência informou que o Palácio do Planalto não iria comentar os acontecimentos nos Estados Unidos. O Itamaraty, também procurado, não se pronunciou até o momento.

A polícia do Capitólio dos Estados Unidos respondeu com armas em punho e gás lacrimogêneo conforme uma multidão de manifestantes invadia o prédio e tentava forçar o Congresso a desfazer a derrota eleitoral de Trump, logo após alguns dos colegas republicanos do presidente lançaram um último esforço para rejeitar os resultados eleitorais.

Alcolumbre e Maia criticam invasão ao Capitólio

O presidente do Congresso Nacional, Davi Alcolumbre (DEM-AP), afirmou nesta quarta-feira, 6, que as imagens de invasão ao Capitólio por apoiadores do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, são "inaceitáveis em qualquer democracia e merecem o repúdio e a desaprovação de todos os líderes com espírito público e responsabilidade".

"O Senado Federal brasileiro acompanha atentamente o desenrolar desses acontecimentos, enviando aos congressistas e ao povo americano nossa solidariedade e nosso apoio. Defendo, como sempre defendi, que a democracia deve ser respeitada e que a vontade da maioria deve prevalecer", afirmou Alcolumbre, em nota divulgada à imprensa.

Para o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), a invasão do Congresso americano por extremistas "representa um ato de desespero de uma corrente antidemocrática que perdeu as eleições". "Fica cada vez mais claro que o único caminho é a democracia, com diálogo e respeitando a Constituição", escreveu Maia no Twitter.

A invasão do Capitólio também foi duramente criticada pelo presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luís Roberto Barroso. Em novembro, Barroso acompanhou as eleições nos Estados Unidos na condição de observador e visitou locais de votação em Maryland e Washington D.C.

"No triste episódio nos Estados Unidos, apoiadores do fascismo mostraram sua verdadeira face: antidemocrática e truculenta. Pessoas de bem, independentemente de ideologia, não apoiam a barbárie. Espero que a sociedade e as instituições americanas reajam com vigor a essa ameaça à democracia", disse Barroso no Twitter.

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