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Após insatisfação de Lula, governo tenta ajustar comunicação dos ministérios em marca dos 100 dias

Palácio do Planalto vai usar data para reorganizar divulgação de programas e ações na Esplanada

Lula e ministros na reunião dos 100 dias: governo vai aproveitar marco para fazer alterações na comunicação dos ministérios (Ricardo Stuckert/PR/Divulgação)

Lula e ministros na reunião dos 100 dias: governo vai aproveitar marco para fazer alterações na comunicação dos ministérios (Ricardo Stuckert/PR/Divulgação)

Agência o Globo
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Agência de notícias

Publicado em 5 de abril de 2023 às 06h51.

A uma semana do governo completar 100 dias, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva usou a reunião ministerial de segunda-feira para cobrar de cada ministro a divulgação de ações.

Antes de falar ao grupo de 18 integrantes do primeiro escalão, Lula já vinha expressando, em conversas com auxiliares no Palácio do Planalto, a preocupação sobre a falta de publicidade junto à população do trabalho feito pelas 37 pastas nos primeiros meses de gestão.

A pedido do presidente, a Secretaria Comunicação Social (Secom) quer usar a marca dos 100 dias para tentar ajustar a comunicação na Esplanada e reforçar a imagem de entrega do governo. Em uma reunião na próxima quinta-feira com os assessores de comunicação de todos os ministérios, as equipes serão cobradas a terem um plano de comunicação para as ações futuras das pastas.

Também será alinhada a narrativa do governo para a data, que terá uma campanha publicitária com o mote O Brasil Voltou. As peças irão apresentar, segundo a visão do governo, "tudo que foi devolvido ao Brasil" nos primeiros três meses de gestão A ideia é destacar programas sociais como o Minha Casa, Minha Vida e Bolsa Família. Além de um vídeo institucional do governo, cada ministério terá peças específicas para as suas redes sociais. Os vídeos, ainda em fase de produção, começarão a ser veiculadas no próximo sábado.

Paralelo a isso, a Secom passará a incentivar que os ministros tenham uma comunicação mais intensa, regionalizada e direcionada a questões específicas das suas pastas. À frente da Secom, o ministro Paulo Pimenta quer que os colegas de Esplanada organizem uma série de entrevistas a rádios locais durante viagens aos estados. O ministro defende que a divulgação de medidas do governo deve ser segmentada, com foco regional para potencializar o impacto do anúncio.

"São muitos ministérios novos, que não tinham estrutura de comunicação montada. Foi um período de comunicação inicial, estruturação de equipes. À Secom cabe estimular, alinhar e orientar (as assessorias dos ministérios). A partir dos 100 queremos que coisas estejam azeitadas", justificou ao GLOBO.

Próximos passos

Para marcar os 100 dias de governo, todos os ministros serão orientados a fazerem publicações nas mídias digitais. O objetivo do governo é evitar situações que, internamente, foram avaliadas como equívocos de comunicação.

Uma delas ocorreu em 9 de janeiro, quando o perfil do presidente publicou uma gravação que mostrava Lula caminhando com os governadores do Palácio do Planalto até a sede do Supremo Tribunal Federal (STF), recém destruídos pelos atos terroristas do dia anterior. Foi o vídeo de maior repercussão do governo. A publicação, o entanto, não foi compartilhada por ministérios e integrantes do primeiro escalão.

A partir daí, a Secom passou a ter um acompanhamento maior, com orientação expressa aos ministros para estarem alinhados e terem atenção à comunicação do Palácio do Planalto. Monitoramentos diários de redes sociais feitos pela Secom acompanham a repercussão de publicações feitas por ministros e personalidades do governo.

Também foi considerado falha de comunicação o episódio em que o ministro de Portos e Aeroporto, Marcio França, divulgou um programa de passagens áreas a R$ 200 para aposentados, servidores e estudantes sem combinar com a Casa Civil.

Em derrapada semelhante, o ministro da Previdência, Carlos Lupi, divulgou que o índice do crédito consignado para beneficiários do INSS ficaria em 1,70% após Conselho Nacional da Previdência Social. Depois, acabou desautorizado pelo Palácio do Planalto.

 

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