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Após indiciamento, Bolsonaro critica atuação de Moraes: 'Faz tudo o que não diz a lei'

'Não posso esperar nada de uma equipe que usa a criatividade para me denunciar', afirmou ex-presidente

Jair Bolsonaro: ex-presidente rebate acusações de golpe após indiciamento da PF (Joe Raedle/Getty Images)

Jair Bolsonaro: ex-presidente rebate acusações de golpe após indiciamento da PF (Joe Raedle/Getty Images)

Agência o Globo
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Publicado em 21 de novembro de 2024 às 16h31.

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O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) se pronunciou pela primeira vez após o indiciamento pela Polícia Federal (PF) por crimes como tentativa de golpe de Estado, tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito e organização criminosa. Nesta quinta-feira, a PF concluiu o inquérito sobre as articulações antidemocráticas, envolvendo Bolsonaro e outras 36 pessoas.

Em entrevista ao portal Metrópoles, Bolsonaro criticou o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que conduz os processos relacionados aos ataques antidemocráticos, incluindo os eventos de 8 de janeiro. O inquérito será enviado à Procuradoria-Geral da República (PGR), onde será decidido o destino dos indiciados.

“Alexandre de Moraes conduz todo o inquérito, ajusta depoimentos, prende sem denúncia, faz pesca probatória e tem uma assessoria bastante criativa. Faz tudo o que não diz a lei”, afirmou o ex-presidente.

Bolsonaro também declarou que o enfrentamento começará na PGR:
“Tem que ver o que tem nesse indiciamento da PF. Vou esperar o advogado. Isso, obviamente, vai para a Procuradoria-Geral da República. É na PGR que começa a luta. Não posso esperar nada de uma equipe que usa a criatividade para me denunciar.”

Logo após a publicação da entrevista, Bolsonaro replicou a declaração em suas redes sociais.

Pena máxima de 30 anos

Os crimes atribuídos a Bolsonaro pela PF, incluindo a tentativa de golpe, podem resultar em uma pena de até 30 anos de prisão. Segundo as investigações, o ex-presidente, junto a ex-ministros e aliados, buscava impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) após as eleições de 2022.

A defesa de Bolsonaro argumenta que ele “jamais compactuou com qualquer movimento que visasse à desconstrução do Estado Democrático de Direito ou das instituições que o pavimentam".

Reuniões e encontros investigados

Entre os elementos da investigação está a confirmação de uma reunião em dezembro de 2022 entre Bolsonaro e os então comandantes das Forças Armadas, na qual foram discutidas ações que poderiam viabilizar um golpe. Em depoimento à PF, o ex-comandante do Exército Freire Gomes revelou que Bolsonaro mencionou o uso de mecanismos como Garantia da Lei e da Ordem (GLO), Estado de Defesa ou Estado de Sítio.

Outra reunião com teor golpista ocorreu em julho de 2022 no Palácio do Planalto, envolvendo integrantes do primeiro escalão do governo. Bolsonaro teria incitado uma ação antes das eleições:
“Sabemos que, se a gente reagir depois das eleições, vai ter um caos no Brasil, vai virar uma grande guerrilha. Agora, alguém tem dúvida que a esquerda vai ganhar as eleições? Não adianta eu ter 80% dos votos. Eles vão ganhar as eleições”, declarou na ocasião.

As próximas etapas das investigações incluem a análise da PGR, que decidirá sobre possíveis denúncias contra Bolsonaro e seus aliados.

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