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Após fracasso nas urnas, PSDB tem reunião para repensar futuro

Expulsão de 17 tucanos, anunciada ontem, transforma reunião sobre posicionamento no segundo turno num fórum sobre o futuro da sigla

Geraldo Alckmin: candidato tucano ficou em quarto lugar na disputa pelo Palácio do Planalto, com menos de 5% dos votos válidos

Geraldo Alckmin: candidato tucano ficou em quarto lugar na disputa pelo Palácio do Planalto, com menos de 5% dos votos válidos

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2018 às 06h36.

Última atualização em 9 de outubro de 2018 às 06h46.

Depois de amargar seu pior desempenho na história em uma eleição presidencial, o PSDB se reúne nesta terça-feira (9), em Brasília, para definir o que fazer no segundo turno do qual o partido, pela primeira vez desde 2002, foi alijado (o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso venceu no primeiro turno em 1994 e 1998).

O candidato tucano Geraldo Alckmin ficou em quarto lugar na disputa pelo Palácio do Planalto, com menos de 5% dos votos válidos. Até aqui a pior votação tucana foi com Mário Covas, que também ficou em quarto lugar, em 1989, mas com 11,5% dos votos.

“A Executiva Nacional vai se reunir para fazer uma avaliação do processo eleitoral e tomar uma posição em relação ao segundo turno”, afirmou Alckmin na noite de domingo, após a apuração.

O partido não conquistou nenhum governo estadual já em primeiro turno e registrou uma das suas piores votações para o Congresso Nacional. Foram eleitos apenas 29 deputados tucanos, a nona maior bancada atrás de PT, PSL, PP, PSD, PSB, entre outros. Em 2014, o PSDB elegeu a terceira maior bancada da Câmara. No Senado, os números são um pouco melhores: o partido elegeu quatro candidatos e terá a segunda maior bancada no início da legislatura de 2019 com oito senadores, contando os que foram eleitos em 2014 e ainda têm mais quatro anos de mandato.

Apesar do fraco desempenho nacional, o PSDB é o partido com o maior número de candidatos ainda disputando um segundo turno: seis tucanos vão estar nas urnas no dia 28 de outubro —ante quatro do PDT, PSB e PSL— em São Paulo e Minas Gerais (os dois maiores colégios eleitorais do país) e ainda em Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Sul, Roraima e Rondônia. Vários desses tucanos já expressaram apoio a Bolsonaro, o que torna ainda mais urgente a decisão da Executiva.

A perspectiva, desde a semana passada, é que o partido libere seus quadros para apoiarem quem quiserem no segundo turno entre o petista Fernando Haddad e o capitão reformado Jair Bolsonaro (PSL). Segundo reportagem da Folha de S.Paulo, Alckmin deve ficar neutro. Nesta segunda (8), citando nominalmente Alckmin, além de Ciro Gomes (PDT) e Marina Silva (Rede), Haddad afirmou que quer “conversar com as forças democráticas do país”.

O tucano, que hoje preside a sigla, também já sofre pressão para deixar a presidência do PSDB. Segundo o jornal, uma ala do partido, ligada a João Doria, que disputa o segundo turno pelo governo de São Paulo com o ex-vice governador de Alckmin, Márcio França, prega que Alckmin coloque o cargo à disposição. Na avaliação dos aliados do ex-governador, se Doria vencer, o PSDB dará uma guinada à direita.

Ontem, o PSDB anunciou a expulsão do ex-governador paulista Alberto Goldman, crítico declarado do ex-prefeito de São Paulo, e de outros 16 integrantes por infidelidade partidária ao supostamente apoiarem Márcio França (PSB) na disputa com Doria pelo governo paulistano. A atitude transforma o encontro de hoje numa tensa reunião sobre o futuro da sigla.

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