Agência de notícias
Publicado em 6 de dezembro de 2024 às 10h33.
Última atualização em 6 de dezembro de 2024 às 10h35.
O secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, afirmou estar "aborrecido e chateado" com a repercussão de casos de violência policial registrados no estado nos últimos dias. Em entrevista à CNN na quarta-feira, ele disse os episódios foram "gravíssimos" e que arranharam a imagem do governo, mas que "não arruínam" o trabalho feitos nos últimos dois anos. O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, vem sendo pressionado para mudanças no comando da pasta de Segurança Pública, mas tem negado a possibilidade de substituição de Derrite.
O secretário estadual também afirmou que o crescimento de confrontos entre policiais e criminosos seria inevitável diante da "patrulha estratégia" implementada e disse que não deseja comunicar a familiares de PMs que eles morreram em confronto com "bandidos". No entanto, em nova entrevista à emissora nesta quinta-feira, ele comentou sobre a decisão de prender o PM que foi flagrado jogando um homem de uma ponte e disse que a postura da pasta ao punir o agente funcionaria como um "recado para a sociedade".
‘Eu estava completamente errado’, diz Tarcísio sobre críticas a câmaras de segurança da PM"Esse é um claro recado de que não toleramos desvio de conduta. Recado para a sociedade, de que essa não é a postura de um policial, que tem como missão principal proteger as pessoas", declarou.
Na quarta-feira, o PM Luan Felipe Alves Pereira foi preso, após ser flagrado jogando um homem de uma ponte durante uma abordagem policial na Zona Sul de São Paulo. Já nesta quinta-feira, o Tribunal Militar do estado optou por manter a prisão preventiva do policial, acusado de lesão corporal, prevaricação e peculato. Outros 13 agentes também foram afastados por envolvimento direto ou indireto com o caso, mas ainda não foram ouvidos pela Justiça.
Tarcísio defende trabalho de Derrite na Segurança de SP: 'Olhe os números e estatísticas'Ainda na noite de quarta-feira, uma idosa de 63 anos foi agredida por um policial militar, em Barueri, na Região Metropolitana de São Paulo. Identificada como Lenilda Messias, a mulher ficou com o rosto ensanguentado após a abordagem dos agentes em sua casa, no Jardim Regina Alice. A ação foi registrada em vídeo por testemunhas, levando ao afastamento de 12 agentes ligados à abordagem pela Secretaria de Segurança Pública.
Antes, a Polícia Militar também era alvo de críticas por conta da morte a tiros de um estudante de Medicina, identificado como Marco Aurélio Cardenas Acosta, e do menino Ryan, atingido por uma bala perdida.
Os 10 estados mais violentos do Brasil, segundo Anuário de Segurança PúblicaApesar da repercussão dos casos, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) afirma que não pretende fazer mudanças no comando da pasta de Segurança Pública. Ao ser questionado se pretendia trocar o secretário e se Derrite vinha fazendo um bom trabalho, ele respondeu.
"Olhe os números, as estatísticas, você vai ver que está [fazendo um bom trabalho]".
Em relação ao caso do homem jogado de cima de uma ponte, o governador ponderou que a vítima não morreu em função da ação policial.
"A polícia não matou. A pessoa saiu com ferimentos leves, não matou. O que aconteceu foi muito ruim, nós vamos tomar providências, mas vamos ter cuidado com as palavras", completou.