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Após fazer lockdown, Araraquara não registra mortes por covid-19 em 24h

Os números de Araraquara destoam dos verificados no restante do estado, uma vez que, de acordo com a Secretaria de Saúde paulista, foram notificados 1.193 óbitos

Araraquara: interior de SP tem situação pior que a capital. (Luciano Claudino/Getty Images)

Araraquara: interior de SP tem situação pior que a capital. (Luciano Claudino/Getty Images)

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Reuters

Publicado em 26 de março de 2021 às 17h01.

Última atualização em 26 de março de 2021 às 17h30.

A cidade de Araraquara, localizada no interior de São Paulo, não registrou mortes por covid-19 nas últimas 24 horas, disse o prefeito Edinho Silva (PT) nesta sexta-feira, indicando que o resultado é fruto de um lockdown decretado pelo município no final de fevereiro.

Os números de Araraquara destoam dos verificados no restante do estado, uma vez que, de acordo com a Secretaria de Saúde paulista, foram notificados 1.193 óbitos pela doença em São Paulo no período, novo recorde para um intervalo de 24 horas.

"Depois de um longo período, hoje Araraquara não registrou nenhum óbito. Depois de ter um índice de contaminação de 53% das amostras remetidas aos laboratórios, ontem nós tivemos 7% de positivação", disse Silva em entrevista coletiva no Palácio dos Bandeiras, sede do governo estadual.

Araraquara foi um dos primeiros municípios a decretar um lockdown rígido de dez dias no estado. A medida foi tomada em 21 de fevereiro, quando a cidade registrava uma explosão de casos — agravada pela disseminação da variante P.1, inicialmente detectada em Manaus — e uma sobrecarga no sistema de saúde.

No ápice da epidemia, Araraquara chegou a registrar 253 casos em um só dia, em 25 de fevereiro — na quinta-feira, foram contabilizados 55 novas infecções. Já em termos de óbitos, a máxima para um único dia foi de 14, vista em 12 de março.

"O isolamento social é uma medida dura, e só é tomada quando não há outro instrumento. Se ainda nós não temos uma celeridade no processo de vacinação, o que nos resta, para que possamos conter a contaminação e, consequentemente, o risco de colapso do sistema de saúde e óbitos, é o isolamento social", afirmou Silva.

Conforme dados da prefeitura de Araraquara, no início da medida, que durou até 2 de março, havia 218 pessoas internadas nos leitos hospitalares do município, sendo 180 pacientes araraquarenses e 38 enviados por outras cidades.

Já no boletim oficial desta sexta-feira, pouco mais de um mês depois, a cidade reportou 205 pacientes internados. No entanto, mais da metade são pessoas transferidas de outros municípios para ocupar leitos disponibilizados por Araraquara.

"Orgulho de ser prefeito de uma cidade que abraçou o lockdown quando ele precisava ser feito, entendeu e, majoritariamente, apoiou. E por isso nós estamos colhendo os resultados", concluiu Edinho Silva.

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