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Após espancamento, homem deixou local achando que empresária estava morta

Conclusão é do MPRJ que pediu a condenação de Vinícius Batista Serra por homicídio qualificado, com penas de prisão de até 30 anos

Vinícius Batista Serra, de 27 anos, espancou a paisagista Elaine Perez Caparroz durante quase quatro horas, no último dia 16 (Vladimir Platonow/Agência Brasil)

Vinícius Batista Serra, de 27 anos, espancou a paisagista Elaine Perez Caparroz durante quase quatro horas, no último dia 16 (Vladimir Platonow/Agência Brasil)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 27 de fevereiro de 2019 às 11h16.

Rio - Vinícius Batista Serra, de 27 anos, que espancou a paisagista Elaine Perez Caparroz, de 55 anos, durante quase quatro horas, no último dia 16, não só teve a intenção de matá-la como, de fato, acreditava que ela estava morta quando deixou seu apartamento.

A conclusão é do Ministério Público do Estado do Rio (MPRJ) que pediu a condenação de Serra por homicídio qualificado, com penas de prisão que vão de 12 a 30 anos. Dois dias após o caso, a Justiça determinou a prisão preventiva do acusado.

Segundo o MP, o denunciado, "consciente e voluntariamente e com a intenção de matar, espancou violentamente a vítima, causando-lhe lesões corporais graves". Ainda de acordo com o MP, Serra deixou a casa de Elaine, na manhã do sábado, 16, acreditando que havia matado a paisagista.

"De acordo com a denúncia, o crime não ocorreu por circunstâncias alheias à vontade de Serra, que deixou a residência de Elaine acreditando que havia matado a vítima", sustentou o MP. Além disso, apontou um agravante: "A tentativa de homicídio foi praticada de forma dissimulada, já que o denunciado marcou um encontro prévio com a agredida, ocultando sua intenção de matar."

Em postagem em uma rede social, a própria Elaine confirmou a intenção de Serra: "Fui agredida por várias horas seguidas, o que demonstra intensa crueldade e a intenção dele de matar. Só não o fez porque eu obtive socorro, ou seja, por uma circunstância que não dependeu da vontade dele! Apesar dos meus gritos de socorro, ele não titubeou e prosseguiu com o espancamento".

Para o MP, a forma como o crime foi praticado, "com múltiplos golpes desferidos, além da longa duração das agressões, também demonstra a crueldade do ato, executado por razões da condição de sexo feminino e em evidente menosprezo à condição da mulher, o que caracteriza o feminicídio".

Os procuradores pedem que Serra seja condenado a crimes que preveem pena de reclusão de 12 a 30 anos. Além disso, informaram, ele deve ser condenado também ao pagamento de indenização por danos materiais e morais causados à vítima.

Serra e Elaine se conheceram por meio de uma rede social e durante oito meses conversaram virtualmente. No último dia 16 marcaram o primeiro encontro, na casa dela, na Barra da Tijuca, na zona oeste do Rio. De acordo com depoimento de Elaine à polícia, eles tomaram vinho, conversaram um pouco e foram dormir. No meio da noite, ela foi acordada e violentamente agredida por Serra ao longo de toda a madrugada.

A paisagista acredita que foi drogada por Serra. A polícia concluiu que ele agiu de forma premeditada, desde o momento em que pediu a amizade de Elaine nas redes sociais.

Elaine foi casada com Ryan Gracie, lutador de jiu-jitsu morto em 2007. Ela é mãe de Rayron Gracie, que também é lutador. Nos perfis de Vinícius nas redes sociais, ele é identificado algumas vezes como lutador de jiu-jitsu. Circula a história de que Vinícius teria sido expulso de uma academia da família Gracie e teria agido por vingança. Ele é conhecido no meio pelo temperamento violento e tem um registro policial de agressão ao próprio irmão.

A paisagista lembrou que o Brasil aparece em 5º lugar no ranking mundial feminicídios, segundo dados de 2015. "Vamos juntas fazer o possível para combater a violência contra a mulher", escreveu ela.

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