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Em 2018, Brasil melhora no Pisa, mas segue mal em comparação internacional

Desde 2009, os alunos brasileiros não aumentavam ao mesmo tempo as notas de leitura, matemática e ciências, mas país segue na 59ª posição entre 79 países

VIETNÃ: 18,5% da verba do país é destinada à educação / Germano Luders | Exame (Germano Luders/Exame)

VIETNÃ: 18,5% da verba do país é destinada à educação / Germano Luders | Exame (Germano Luders/Exame)

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Clara Cerioni

Publicado em 3 de dezembro de 2019 às 05h10.

Última atualização em 3 de dezembro de 2019 às 10h35.

São Paulo — No ano passado, o desempenho dos alunos de quinze anos do Brasil em matemática, leitura e ciências deu uma leve melhorada no Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa, na sigla em inglês), o principal ranking de educação do mundo.

Segundo os dados, divulgados nesta terça-feira (03) pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), essa foi a primeira vez desde 2009 que os três resultados cresceram simultaneamente. 

Os números mostram que entre 2015 e 2018, os alunos brasileiros conseguiram aumentar em seis pontos o desempenho em questões de leitura (de 407 para 413), sete em matemática (de 377 para 384), além da alta de três pontos em ciências (de 401 para 404). No entanto, por conta de ser uma pequena melhora entre os anos, a organização não considera a evolução como estatisticamente relevante.

O Pisa, que é aplicado a cada três anos pelo Inpe, foi respondido por 10.691 estudantes brasileiros de 15 anos, em 638 escolas.

Desigualdade com países desenvolvidos

Apesar do resultado ter melhorado no ano passado, o Brasil ainda ocupa o 59º lugar do ranking geral do Pisa, que foi aplicado em 79 países.

Os principais dados revelam, ainda, que há uma desigualdade profunda entre os conhecimentos básicos dos brasileiros em relação aos membros da OCDE — organização que reúne 36 países, em sua grande maioria economias avançadas.

Na avaliação de proficiência mínima exigida para os três eixos, 43% dos alunos das escolas do Brasil tiveram pontuação abaixo da média da OCDE, que ficou em 13%.

Em relação às questões de leitura, por exemplo, 50% dos estudantes de 15 anos atingiram o nível mínimo, que considera a capacidade dos alunos em identificar a ideia principal de um texto com tamanho moderado, encontrar informações com base em critérios explícitos, e refletir sobre o objetivo e forma dos textos. Neste caso, a média da OCDE é de 77%.

Já nas perguntas de matemática, cerca de 32% dos brasileiros na mesma faixa etária atingiram o nível básico, ao passo que na OCDE, o índice é de 76%. Nessa parte da prova, os estudantes foram desafiados a interpretar e reconhecer, sem instruções diretas, como uma situação simples pode ser representada matematicamente, como comparar distância total de duas rotas ou conversão de preços.

Por fim, nas questões de ciências, 45% dos alunos brasileiros daquela idade atingiram o mínimo desejado sobre explicar corretamente um fenômeno científico, além de identificar se uma conclusão é válida com base em dados fornecidos. A média da OCDE para esse tema é de 78%.

Países semelhantes

Além dos países da OCDE, o Brasil também apresentou um desempenho pior do que países com patamar similar de desenvolvimento.

A Rússia, que também é uma economia emergente, ficou na 44ª posição do ranking, com pontuação de 479 para leitura, 488 em matemática e 478 em ciências.

Já o Chile ficou na 34ª posição, com resultado de 452 em leitura, 417 em matemática e 444 em ciências.

Segundo o próprio Pisa, os resultados do Brasil podem ser comparados, na área de leitura, com os da Bulgária, Jordânia, Malásia e Colômbia. Nas questões de matemática com Argentina e Indonésia, e na prova de ciências, com Peru, Argentina e Bosnia e Herzegovina.

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