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Doria anuncia volta ao setor privado e que continua filiado ao PSDB

No fim de maio, Doria desistiu de concorrer à Presidência da República, mesmo tendo vencido as prévias do partido

João Doria: ex-governador volta ao setor privado. (BTG Pactual/Divulgação)

João Doria: ex-governador volta ao setor privado. (BTG Pactual/Divulgação)

GG

Gilson Garrett Jr

Publicado em 13 de junho de 2022 às 11h08.

Última atualização em 13 de junho de 2022 às 12h13.

O ex-governador de São Paulo, João Doria (PSDB), anunciou, nesta segunda-feira, 13, que volta ao setor privado. Ele será conselheiro do Lide, grupo de líderes empresariais do qual é um dos fundadores, a partir de julho. Apesar de dizer que retoma suas atividades no setor privado, vai permanecer no PSDB.

"Não vou sair do Brasil. Vou voltar ao setor privado da onde vim. A partir de agora, retomo a minha vida privada. Recebi um honroso convite, ao lado do Henrique Meirelles, para integrar o conselho do Lide. Esse convite veio do meu querido amigo Luiz Fernando Furlan. A partir de primeiro de julho estaremos lá, sem nenhuma função executiva e sem remuneração", disse ele em um pequeno encontro com jornalistas na manhã desta segunda-feira.

Durante o anúncio, ele estava acompanhado de colegas de partido, incluindo Marco Vinholi, que foi secretário durante sua gestão no governo de São Paulo e é presidente da legenda em nível estadual.

"Eu continuo no PSDB. Não me desfiliei, e não vou me desfiliar. As razões que me fizeram me filiar ao PSDB no ano de 2000 são as mesmas que me mantêm no ano de 2022: de que a cidadania se faz pelas decisões partidárias", afirmou.

No fim de maio, Doria desistiu de concorrer à Presidência da República. Mesmo tendo vencido as prévias do partido, realizadas no fim do ano passado, a manutenção de sua candidatura ficou insustentável quando MDB, PSDB e Cidadania indicaram que a senadora Simone Tebet (MDB) seria a cabeça de chapa dos três partidos na disputa ao Palácio do Planalto, representando a terceira via. 

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Com o movimento, o ex-governador de São Paulo ficou ainda mais isolado dentro do seu partido, que tinha resistência ao seu nome. Doria ameaçou recorrer à Justiça para que as tumultuadas prévias do PSDB fossem respeitadas. Aliados do ex-governador chegaram a dizer que não aceitariam a indicação de Tebet.

Na semana passada, os tucanos chancelaram o acordo em torno do nome da senadora pelo Mato Grosso do Sul. Com isso, o PSDB não terá um candidato cabeça de chapa pela primeira vez desde a redemocratização do país. O partido deve indicar o senador Tasso Jereissati como vice.

Nos bastidores, a questão apontada pelos presidentes dos partidos de terceira via para a escolha de Tebet é a taxa de rejeição. A pesquisa eleitoral EXAME/IDEIA do dia 19 de maio perguntou a opinião dos eleitores sobre quais candidatos eles não votariam de jeito nenhum. Doria tem 28% de rejeição, enquanto a senadora por Mato Grosso do Sul aparece com 8%. O pré-candidato com maior rejeição é o presidente Jair Bolsonaro (PL), com 43%, seguido do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), com 40%.

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