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Após cogitar PM, Doria diz que vigilância sanitária fiscalizará isolamento

O governador foi criticado por apoiadores de Bolsonaro pela medida, classificada como autoritária, e foi alvo de um protesto na Paulista neste fim de semana

João Doria: governador anunciou ainda a contratação de 1.185 profissionais da saúde para atuar no sistema de saúde pública do Estado (Governo do Estado de São Paulo/Flickr)

João Doria: governador anunciou ainda a contratação de 1.185 profissionais da saúde para atuar no sistema de saúde pública do Estado (Governo do Estado de São Paulo/Flickr)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 13 de abril de 2020 às 15h09.

Depois de cogitar, na última quinta-feira, 9, o uso da Polícia Militar para garantir o isolamento social no Estado de São Paulo o governador João Doria (PSDB) disse nesta segunda-feira, 13, em entrevista coletiva no Palácio dos Bandeirantes, que serão agentes da Vigilância Sanitária que devem começar a visitar comércios e outros estabelecimentos não essenciais que insistem em ficar abertos em meio à quarentena contra o novo coronavírus. O que a PM fará é dar apoio a esses agentes.

Doria havia recebido críticas de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro após o anúncio da medida, classificada como autoritária, e chegou a ser alvo de um protesto na Avenida Paulista neste fim de semana. O governador disse que as críticas vinham de "pequenos grupos" e afirmou que não está "preocupado" com essas manifestações, "que têm espírito político". "A elas, o meu distanciamento. Prefiro ficar com a medicina", disse Doria.

Serão 200 agentes de vigilância sanitária, que irão a locais já mapeados pelo Sistema de Monitoramento Inteligente (Simi), do governo estadual, que está listando os locais através de denúncias. Os agentes, segundo Doria, também irão orientar pessoas aglomeradas em locais públicos - mas sem o estabelecimento de multa ou outras punições. Na capital paulista epicentro da doença, a vigilância sanitária municipal reforçará a ação, e o Estado espera o mesmo dos demais municípios.

Doria disse que não comentaria entendimento da Procuradoria Geral da República e da Advocacia Geral da União de que caberia ao presidente da República decisões sobre o isolamento, não a governadores. Entretanto, afirmou que, no Brasil, são os Estados que coordenam, regionalmente, as ações de educação, saúde e segurança. "As incidências dos vírus não são iguais em todos os Estados", disse o governador, ao pedir manutenção do respeito ao pacto federativo.

Profissionais de saúde

Doria anunciou ainda a contratação de 1.185 profissionais da saúde para atuar no sistema de saúde pública do Estado. Segundo Doria, o Estado fará a convocação de 260 profissionais aprovados em concursos públicos anteriores, que começarão a trabalhar no próximo dia 22 de abril, e deve realizar novo concurso público para a contratação adicional de 925 profissionais da saúde.

De acordo com o governador, ao todo, serão 245 médicos, 840 técnicos de enfermagem, 50 fisioterapeutas, 30 oficiais de saúde e 20 assistentes sociais. As contratações deverão suprir vagas em hospitais e centros de atendimento. As inscrições para o concurso ficarão abertas entre os dias 15 e 22 de abril, com início previsto para o dia 1º de maio.

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