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Após caças, Saab agora vende mísseis ao Brasil

O Comando do Exército comprou um lote de mísseis antiaéreos RBS70, no valor de R$ 29,5 milhões


	Míssil antiaéreo RBS70, da Saab: a transação faz parte de um pacote maior
 (Divulgação/Saab)

Míssil antiaéreo RBS70, da Saab: a transação faz parte de um pacote maior (Divulgação/Saab)

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Da Redação

Publicado em 17 de março de 2014 às 09h49.

São Paulo - O Comando do Exército comprou um lote de mísseis antiaéreos RBS70, suecos, fabricados pela Saab. É o mesmo grupo empresarial que fornecerá, a partir de 2018, 36 caças Gripen NG para a Força Aérea Brasileira, um negócio de US$ 4,5 bilhões.

O contrato dos mísseis é menor, vale R$ 29,5 milhões e inclui lançadores portáteis, suporte logístico, simuladores, equipamentos de visão noturna, ferramental, treinamento de manutenção e cursos de operação, além, claro, do próprio míssil, do tipo Mk2.

Ao mesmo tempo, prossegue a operação entre o Ministério da Defesa e o governo da Rússia para aquisição dos Igla-S9K38, versão recente do míssil leve de porte pessoal, disparado por só um artilheiro - a rigor, um produto da mesma classe do RBS70. Dirigido por laser, tem capacidade entre 250 m e 8 km.

A negociação com o fornecedor russo é uma determinação direta da presidente Dilma Rousseff, depois de reunião pessoal em Moscou com o primeiro-ministro Dmitri Medvedev e o presidente Vladimir Putin, em dezembro de 2012. Em nota oficial, o Exército destaca que "não há relação direta entre os temas".

A acomodação dos modelos de mísseis na Força foi obtida pela dotação do Igla-S9K38, russo, para a Brigada de Infantaria Paraquedista. Já o RBS70/Mk2, sueco, será encaminhado para uso nos grupos da 1.ª Brigada de Artilharia Antiaérea e das Brigadas de Infantaria Mecanizada.

Pacote. Essa transação faz parte de um pacote maior, envolvendo três baterias (16 veículos semiblindados) do sistema de médio alcance Pantsir S1, destinado a cobrir alvos aéreos a 15 km de altura e 20 km de distância. É uma engenhosa combinação de mísseis e canhões duplos de 30 milímetros.


A discussão abrange dois conjuntos do Igla e eventualmente uma joint venture para produzir a arma no País. Uma cláusula de transferência de tecnologia protege o acesso brasileiro ao conhecimento dos dois modelos. O investimento exige acima de US$ 1 bilhão.

O Ministério da Defesa enviará a Moscou nas próximas semanas um grupo que fará os ajustes finais na transação. Além dos militares, integram o grupo empresas como Odebrecht Defesa e Tecnologia, Embraer Defesa e Segurança, Avibrás Aeroespacial, Mectron e Logitech. Pelo governo, participaram analistas do Ministério do Desenvolvimento, do BNDES e da Agência de Desenvolvimento da Indústria.

A rigor, as empresas agregadas à missão que esteve na Rússia poderão receber incumbências de produção de partes e componentes. A fabricação local do Igla-S9K38 pode ficar a cargo da Odebrecht Defesa e Tecnologia, por meio da associada Mectron.

Os radares caberiam à Bradar, da Embraer Defesa e Segurança, e propulsão e a fuselagem ficariam por conta da Avibras. Nenhuma das empresas comenta a informação.

A aquisição do sistema RBS70 segue o Projeto Estratégico de Defesa Antiaérea. A arma será integrada às facilidades de comand0 e controle desenvolvidas pelo Exército e fabricado pela Bradar.

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