Raquel Dodge, a substituta de Rodrigo Janot na PGR (Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Talita Abrantes
Publicado em 9 de agosto de 2017 às 09h59.
Última atualização em 27 de setembro de 2017 às 19h10.
São Paulo – A subprocuradora da República Raquel Dodge, que vai substituir Rodrigo Janot no comando da Procuradoria-Geral da República (PGR), fez uma visita por volta das 22h desta terça-feira (8) ao Palácio do Jaburu, onde mora o presidente Michel Temer. O encontro não constava na agenda oficial do presidente.
Algumas horas antes da reunião, a defesa do peemedebista entrou com um pedido de suspeição no Supremo Tribunal Federal (STF) com vistas a impedir Janot de atuar em casos que envolvam Temer.
Ele é o autor da denúncia que acusa o presidente da República de corrupção passiva e que foi suspensa em votação da Câmara dos Deputados na última quarta-feira. A expectativa é de que o procurador-geral da República apresente nas próximas semanas uma nova denúncia contra o peemedebista.
A Secretaria de Comunicação da Presidência sustenta que o objetivo do encontro de Temer com a nova PGR era discutir a agenda da posse de Raquel Dodge para o cargo e que o encontro não constava na agenda oficial porque foi acertado quando o presidente já se encontrava em sua residência.
Ao jornal Folha de S. Paulo, a futura procuradora-geral da República afirmou que o presidente viajará para os Estados Unidos no dia 18 de setembro, data de sua posse, e que, portanto, a cerimônia acontecerá no período da manhã. Vale lembrar que o último dia de Janot no cargo será em 17 de setembro.
A indicação de Dodge para a chefia da PGR foi feita por Temer no dia 28 de junho. Essa foi a primeira vez em 14 anos que um presidente não escolheu o candidato mais votado da lista tríplice – Dodge, que somou 587 votos, ficou atrás de Nicolao Dino, que recebeu 621 votos dos membros do Ministério Público Federal (MPF) e era o candidato de Janot ao cargo.
Dodge é vista como uma opositora ferrenha do atual procurador-geral da República. Um de seus principais desafios ao sucedê-lo será exatamente continuar o comando das investigações da Operação Lava Jato e de eventuais acusações que envolvam o presidente Temer.