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Após apagão, ONS reduz pela metade repasse de energia do Nordeste para outras regiões

As medidas foram tomadas por conta do apagão e para evitar um novo estresse do sistema, de acordo com integrantes do governo

As medidas foram tomadas por conta do apagão e para evitar um novo estresse do sistema, de acordo com integrantes do governo (Dowell/Getty Images)

As medidas foram tomadas por conta do apagão e para evitar um novo estresse do sistema, de acordo com integrantes do governo (Dowell/Getty Images)

Agência o Globo
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Agência de notícias

Publicado em 16 de agosto de 2023 às 15h55.

Última atualização em 16 de agosto de 2023 às 16h08.

O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) cortou pela metade a exportação de energia elétrica do Nordeste depois do apagão desta terça-feira. Além disso, aumentou a geração própria do sistema Sudeste/Centro-Oeste, onde está a maior parte da demanda do país.

As medidas foram tomadas por conta do apagão e para evitar um novo estresse do sistema, de acordo com integrantes do governo.

Há uma abundância de energia especialmente no Nordeste, acima de sua demanda, por conta do crescimento da geração por fontes eólica e solar. Essa energia vem sendo “exportada” para o Sudeste e o Centro-Oeste, onde está a maior parte do consumo. É também uma forma de poupar o reservatório das hidrelétricas, grande parte deles localizada no Centro-Sul.

Envio de somente 5 mil megawatts médios de energia

Na segunda-feira e antes do apagão, a previsão era que o Nordeste enviasse para o Sudeste algo em torno de 10 mil megawatts médios de energia elétrica ao longo do dia. Esse valor caiu para cerca de 5 mil megawatts médios.

O Norte deveria exportar cerca de 2 mil megawatts médios. Depois do apagão, está na verdade importando energia de outras regiões do país.

O Sudeste-Centro, por sua vez, subiu a produção cerca de 32 mil megawatts para 37 mil, compensando a redução no Nordeste.

País quase inteiro atingido

O apagão desta terça-feira afetou todos os estados do país, com exceção de Roraima, durou ao todo 6 horas e prejudicou um terço dos consumidores.

As explicações dadas pelo governo até aqui indicam que o problema teve origem em uma sobrecarga no Ceará, mas não foi esta a única causa. Mesmo esse evento no Ceará pode ter ocorrido em mais de um equipamento ao mesmo tempo. Teria havido ainda um segundo problema, na Região Norte.

Com as falhas, um sistema chamado de Erac (esquema regional de alívio de carga), uma espécie de software de proteção, atuou e cortou o fornecimento de forma escalonada. O Erac é um sistema que desliga o fornecimento de energia para evitar sobrecargas e danos maiores.

No momento do apagão, as regiões Norte e Nordeste estavam exportando energia para o Centro-Sul. Dessa forma, foi preciso cortar a energia que faltava no Centro-Sul e a que sobrava no Nordeste. Por isso, a geração de eólicas despencou 80% ontem.

O Erac, então, cortou a energia para as regiões Sudeste, Centro-Oeste e Sul. O sistema, na prática, dividiu o país em dois, separando Nordeste/Norte de Sudeste/Centro-Oeste/Sul.

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