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Após ameaça de paralisação, Mourão diz que policiais precisam dar "cota de sacrifício"

Em meio a debate da PEC Emergencial, Mourão afirmou que agentes de segurança precisam compreender situação fiscal do Brasil

Vice-presidente Hamilton Mourão (Ueslei Marcelino/Reuters)

Vice-presidente Hamilton Mourão (Ueslei Marcelino/Reuters)

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Agência O Globo

Publicado em 10 de março de 2021 às 10h31.

O vice-presidente Hamilton Mourão afirmou nesta quarta-feira que policiais e outros agentes de segurança precisam "compreender a situação fiscal" do país e "dar sua cota de sacrifício". Mourão comentou articulações para retirar profissionais da área da chamada Proposta de Emenda Constitucional (PEC) Emergencial, que impede aumento de salários e progressões durante momentos de crise financeira.

Em um aceno a policiais, que fazem parte da base de sustentação do governo, Mourão ressaltou que os agentes fazem parte de um "segmento extremamente importante":

— Não resta dúvida que o segmento da segurança pública é um segmento extremamente importante, porque provê uma daquelas que são as necessidades básicas da nossa população — disse, ao chegar no Palácio do Planalto.

O vice-presidente, no tanto, afirmou que não pode haver um "tratamento desigual":

— Mas, da mesma forma que a gente reclama que não pode ter tratamento desigual, as pessoas têm que compreender a situação fiscal em que o governo se encontra. Não só o governo federal, como os governos dos estados e municípios. E que é um momento de crise que requer medidas onde todos têm que dar sua cota de sacrifício. Acho que tem que haver uma comunicação a esse respeito para as pessoas compreenderem isso.

Bolsonaro defendeu blindagem

A Câmara dos Deputados aprovou na madrugada desta quarta, em primeiro turno, o texto principal da PEC Emergencial. Durante o dia, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), sinalizou que os deputados manteriam o texto já aprovado pelo Senado, sem concessões a corporações.

Agora, parlamentares ainda precisam analisar supressões ao texto, que podem desidratar a PEC. Nos últimos dias, o presidente Jair Bolsonaro defendeu a blindagem a profissionais de segurança. Ele manifestou apoio à retirada do congelamento de salários da categoria. Em sentido contrário, a equipe econômica travou uma queda de braço para manter a austeridade da PEC.

Pela manhã e durante a tarde de terça-feira, as negociações de deputados ligados à segurança pública eram para tirar da proposta dispositivos que preveem a proibição das promoções automáticas de servidores em caso de crise fiscal. Apoiada pela oposição, a medida beneficiaria todos os funcionários públicos e não apenas a categoria de segurança pública.

Antes de publicar o relatório, Freitas confirmou a intenção de Bolsonaro de contemplar servidores da área.

— O presidente Bolsonaro queria ver (o atendimento) à segurança pública neste momento, mas nós entendemos que agora o plenário da Câmara é soberano. E nós vamos levar à apreciação dos deputados. O meu relatório vai neste sentido (de manter o texto do Senado) — disse Freitas.

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