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Após agressão em Marçal, Datena cancela participação em sabatina do Estadão

Datena agrediu o influenciador Pablo Marçal (PRTB) com uma cadeira. O confronto foi interrompido e Datena foi expulso do evento

André Martins
André Martins

Repórter de Brasil e Economia

Publicado em 16 de setembro de 2024 às 11h07.

Última atualização em 16 de setembro de 2024 às 11h13.

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O apresentador e candidato à prefeitura da cidade de São Paulo José Luiz Datena (PSDB) cancelou a participação na sabatina do jornal Estadão na manhã desta segunda-feira, 16. A caminhada no bairro de Santana marcada para tarde desta segunda também foi cancelada. Os compromissos de campanha prosseguem normalmente amanhã, informou a assessoria de Datena.

Os assessores de Datena afirmam que o cancelamento aconteceu "em razão dos acontecimentos de ontem". No debate da TV Cultura, realizado na noite deste domingo, Datena agrediu o influenciador Pablo Marçal (PRTB) com uma cadeira. O confronto foi interrompido e Datena foi expulso do evento.

Datena disse, em nota, que não defende a violência para resolver nenhum conflito, mas que os limites da civilidade foram "o rompidos e corrompidos por um oponente" e por isso, não se arrepende de seu ato.

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"Errei, mas de forma alguma me arrependo. Preferia, sinceramente, que o episódio não tivesse ocorrido. Mas, fossem as mesmas as circunstâncias, não deixaria de repetir o gesto, resposta extrema a um histórico de agressões perpetradas a mim e a muitos outros por meu adversário", disse Datena.

O apresentador disse que Marçal usou linguagem de "marginais" e feriu sua "honra e maculou" a sua família, ao lembrar de um caso que causou a morte de um familiar.

Marçal acusou Datena de ser condenado por crimes sexuais. O caso citado por Marçal foi sobre uma denúncia de janeiro de 2019, feita pela repórter Bruna Drews.

Em uma representação feita no Ministério Público de São Paulo (MP-SP), a mulher alegou que Datena lhe disse que ela não precisava emagrecer pois "era muito gostosa" e que teria dito que era um desperdício ela "namorar uma mulher".

Datena processou Bruna Drews por calúnia e difamação. Nove meses depois da acusação, ela assinou uma retratação em um cartório de São Bernardo do Campo. Em entrevista ao UOL, em outubro de 2019, a mulher disse que foi "induzida pelos advogados de Datena" a assinar a carta na qual se retratou pela acusação.

O apresentador explicou que as acusações haviam sido infundadas e sequer investigadas pela polícia e pelo Ministério Público. Datena afirmou que a situação causou a morte de sua sogra.

"Pablo Marçal demonstrou, em todas as situações a que teve oportunidade, sua falta de caráter. Demonstrou, ainda, que é uma ameaça à cidade de São Paulo. Será detido no voto. Mas, a despeito disso, precisava também ser contido com atos. Foi o que eu fiz", disse Datena.

Datena afirmou ainda que segue na disputa à prefeitura de São Paulo para "realizar o sonho de fazer de fazer a cidade melhor".

"Continuarei a disputa pela prefeitura de São Paulo para realizar meu sonho de fazer de São Paulo uma cidade melhor, que ofereça uma vida digna aos que mais precisam. E também para defender a nossa democracia ameaçada por figuras como Pablo Marçal que querem o obscurantismo e não o bem da cidade e de sua população", concluiu.

Leia a nota de Datena após agressão a Marçal

Não defendo o uso da violência para resolver um conflito. Essa é a regra e sempre a respeitei nos meus 67 anos de vida. Até o dia de ontem.

Porque torna-se difícil obedecê-la quando os limites de civilidade são rompidos e corrompidos por um oponente. Infelizmente, foi o que aconteceu na noite deste domingo durante debate promovido pela TV Cultura.

Pablo Marçal demonstrou, em todas as situações a que teve oportunidade, sua falta de caráter. Demonstrou, ainda, que é uma ameaça à cidade de São Paulo. Será detido no voto.

Mas, a despeito disso, precisava também ser contido com atos. Foi o que eu fiz.

Eu sou um cara de verdade e, com um gesto extremo, porém humano, expressei minha real indignação por ter, de forma reiterada, sido agredido verbal e moralmente por um adversário que, como todos têm podido constatar, afronta a todos com desrespeito e ultraje, ao arrepio da ética e da civilidade.

As acusações que Marçal me fez diante de milhões de pessoas são graves. E absolutamente falsas.

Usando linguagem de marginais, algo que lhe é tão peculiar, feriu minha honra e maculou minha família, já machucada pela perda de um ente querido em decorrência do mesmo episódio agora novamente imputado a mim de forma vil pelo meu adversário.

Errei, mas de forma alguma me arrependo. Preferia, sinceramente, que o episódio não tivesse ocorrido. Mas, fossem as mesmas as circunstâncias, não deixaria de repetir o gesto, resposta extrema a um histórico de agressões perpetradas a mim e a muitos outros por meu adversário.

Espero, com minha atitude, ter mostrado, de uma vez por todas, o risco que a candidatura de Pablo Marçal representa para a integridade das pessoas, para a nossa democracia e para a sobrevivência de milhões de cidadãos que dependem da atuação da prefeitura de São Paulo para ter uma vida menos indigna.

Espero, também, ter lavado a alma de milhões de pessoas que não aguentavam mais ver a cidade tratada com tanto desprezo e desamor por alguém que se propõe a governá-la, mas que quer mesmo é saqueá-la, de braços dados com o crime organizado.

Continuarei a disputa pela prefeitura de São Paulo para realizar meu sonho de fazer de São Paulo uma cidade melhor, que ofereça uma vida digna aos que mais precisam. E também para defender a nossa democracia ameaçada por figuras como Pablo Marçal que querem o obscurantismo e não o bem da cidade e de sua população.

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