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Após 5 dias da tragédia, pais vão à escola pedir transferência

Calçada do colégio está tomada por flores, velas, cartazes e até brinquedos

Escola Tasso da Silveira, no Rio, continua fechada após massacre (Agência Brasil)

Escola Tasso da Silveira, no Rio, continua fechada após massacre (Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 11 de abril de 2011 às 12h10.

Rio de janeiro - A movimentação ainda é bem grande na porta da Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, na zona oeste da cidade, cinco dias depois de um atirador matar 12 crianças e deixar 10 feridas. A calçada do colégio está tomada por flores, velas, cartazes e até brinquedos. Hoje (11), garis da Companhia de Limpeza Urbana (Comlurb) do município, começaram a limpar o interior da escola. Eles estão lavando as manchas de sangue nas paredes, portas, no chão das salas, corredores, escada e na entrada do prédio.

A escola continua fechada, e o acesso só é permitido a professores e funcionários. Pela manhã, dois responsáveis foram à escola pedir a transferência dos netos, mas ouviram do porteiro que talvez não fosse possível conseguir o documento nesta segunda-feira. Os pais que chegam para pegar as mochilas e material escolar das crianças estão sendo orientados a retornar a partir das 14 horas.

Ubiratan Soares, de 65 anos, disse que a neta, que estuda na Tasso da Silveira à tarde, não quer mais entrar no colégio e que por isso foi pedir a transferência da menina. “Ela não quer mais voltar para essa escola. Ela não consegue dormir, fica vendo televisão a noite toda”, desabafou.

Ana Maria Alves Pinheiro também foi hoje de manhã à Escola Tasso da Silveira pedir a transferência da neta de 13 anos e que, apesar de estudar à tarde, conhece as vítimas da tragédia. “Ela está muito perturbada, fica chorando o tempo inteiro. Ela não dorme, ri à toa. Ela não está bem. A gente está precisando de um psicólogo”, disse a senhora.

Noeli Rocha, mãe da menina Mariana, morta pelo atirador, foi à escola buscar o material escolar da filha, mas terá que voltar à tarde. “Não é coisa de importância. É só uma mochila, mas para mim é importante. O que será que ela sentiu, eu não estava aqui para defendê-la. Eu ainda escuto minha filha me chamar”, disse com a voz embargada.

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