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Veja como foi a sessão de 13 horas sobre o impeachment

Ao todo, discursaram 61 dos 116 deputados que haviam se inscrito para falar: 39 se posicionaram a favor e 21 contra


	Câmara dos Deputados: discursaram 61 dos 116 deputados que haviam se inscrito para falar
 (Gustavo Lima / Câmara dos Deputados)

Câmara dos Deputados: discursaram 61 dos 116 deputados que haviam se inscrito para falar (Gustavo Lima / Câmara dos Deputados)

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Da Redação

Publicado em 9 de abril de 2016 às 08h33.

Brasília - Após mais de 13 horas de sessão, a Comissão Especial do Impeachment na Câmara dos Deputados encerrou às 4h42 deste sábado a primeira fase da discussão do parecer favorável ao impedimento da presidente Dilma Rousseff.

Ao todo, discursaram 61 dos 116 deputados que haviam se inscrito para falar. Entre eles, 39 se posicionaram a favor e 21 contra o impeachment. Houve ainda um indeciso: o deputado Bebeto (PSB-BA).

Entre as principais legendas que compõem a comissão, o Partido da República (PR) foi o único em que nenhum representante discursou.

Assim como PP e PSD, o PR tem negociado com o Palácio do Planalto mais espaço no governo em troca de apoio da bancada contra o impeachment.

Tanto no PP quanto no PSD, apenas dois deputados discursam na sessão, todos a favor do afastamento da presidente Dilma Rousseff.

A sessão começou por volta das 15h30 de sexta-feira, mas os discursos de fato só iniciaram cerca de uma hora depois. Governistas e oposicionistas se alternaram em suas falas contra e a favor do impeachment.

Governo e oposição acabaram deixando em segundo plano o teor do parecer do relator, deputado Jovair Arantes (PTB-GO), favorável ao impeachment, e focaram seus discursos nas críticas um ao outro.

Governistas ressaltaram que partidos da oposição também são acusados de corrupção e acusaram opositores de não aceitar perder as últimas eleições e querem tirar Dilma por meio de um "golpe".

Focaram ainda na estratégia de lembrar que a linha de sucessão presidencial é integrada por membros investigados por corrupção, como o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), segundo na linha de sucessão.

Já a oposição centrou suas críticas em outras acusações e suspeitas contra o governo Dilma, algumas alheias ao parecer de Arantes, bem como contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e ao PT.

Opositores apostaram também na estratégia de dizer que aqueles que votarem contra o impeachment estarão concordando com os crimes de responsabilidade a que a petista é acusada na representação.

Tumultos

Durante toda a sessão, houve princípio de tumulto em apenas dois momentos. O primeiro foi quando, seguindo a linha adotada por governistas, o deputado Pepe Vargas (PT-RS) afirmou que PSDB e DEM são os partidos com maior número de políticos cassados no País. O líder do DEM, Pauderney Avelino (AM), e o deputado Mendonça Filho (PE) reagiram com gritos de "mentira".

O segundo bate-boca mais acalorado aconteceu durante o discurso do deputado Sílvio Costa (PT do B-PE), vice-líder do governo na Câmara. O parlamentar ironizou o deputado Sóstenes Cavalcante (DEM-RJ) pelo fato de ele ser pastor evangélico e chamou o deputado Danilo Forte (PSB-CE) de "merda", "corrupto" e "imbecil", o que gerou a reação imediata de parlamentares pró-impeachment.

Cansaço

O cansaço era visível nos rostos de deputados, assessores e jornalistas que participavam da sessão da comissão. Para amenizar a situação, o deputado Sóstenes Cavalcante (DEM-RJ) distribuiu energéticos para funcionários que estavam trabalhando, que se somou ao cafezinho servido pela Câmara.

O presidente da comissão, deputado Rogério Rosso (PSD-DF), também mandou fazer sanduíches de pão francês e queijo para distribuir.

Do lado de fora do plenário, manifestantes contrários ao impeachment distribuíam pão com mortadela. Diante da polarização política no País, convencionou-se relacionar mortadela aos apoiadores do governo e coxinha aos defensores do impeachment. Os sanduíches foram oferecidos tanto aos parlamentares governistas, que levaram o lanche para o plenário, quanto para os oposicionistas.

Para tentar evitar que o plenário não ficasse esvaziado durante a sessão, os parlamentares se revezavam, principalmente os da oposição.

Por volta das 2 horas deste sábado, houve um momento em que havia somente um parlamentar governista, o deputado Paulo Pimenta (PT-RS). Alguns deputados só chegaram na hora de falar e deixavam após o discurso, indo para casa ou reunir-se em restaurantes com colegas.

Fogo amigo

Durante os discursos, o governo recebeu críticas até de deputados aliados do Palácio do Planalto. Embora tenha dito ter convicção de que a presidente Dilma Rousseff não cometeu crime de responsabilidade que justifique seu afastamento, o líder do PMDB na Câmara, deputado Leonardo Picciani (RJ), fez uma dura crítica à petista durante seu discurso, feito já na madrugada deste sábado.

Picciani afirmou que o Brasil chegou a atual situação, "porque quem ganhou a eleição não teve a humildade de reconhecer que ganhou uma eleição dividida e chamar o País a uma reconciliação e quem perdeu não teve a resignação de aceitar o resultado e pensar no País; preferiu contestar e pensar apenas na sua ambição política". "Essa página, sim, seja qual for o resultado, tem que ser virada", disse.

Votação

A discussão do parecer será retomada na segunda-feira, 11. Nessa fase, somente os líderes partidários poderão falar. A previsão é de que a votação aconteça no mesmo dia. Se aprovado, o parecer será publicado no Diário Oficial da Câmara. Após 48 horas da publicação, o presidente da Casa poderá levá-lo para votação em plenário.

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