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Apoio a ideias de esquerda cresce no Brasil, diz Datafolha

Em período de crise, cresceu o número de brasileiros que se identificam com opiniões associados à esquerda

Direita e esquerda: maior parte da população ainda é de direita ou centro-direita, mas apoio a ideias da esquerda aumentou (Thinkstock/Thinkstock)

Direita e esquerda: maior parte da população ainda é de direita ou centro-direita, mas apoio a ideias da esquerda aumentou (Thinkstock/Thinkstock)

Luiza Calegari

Luiza Calegari

Publicado em 3 de julho de 2017 às 08h45.

Última atualização em 3 de julho de 2017 às 09h41.

São Paulo - O apoio dos brasileiros a ideias associadas à esquerda sobre temas econômicos e comportamentais cresceu, de acordo com uma pesquisa Datafolha, divulgada pelo jornal Folha de S.Paulo.

O apoio a algumas ideias da direita também aumentou, mas em menor volume, equilibrando um pouco a balança ideológica do país.

Para a pesquisa, são considerados cinco posicionamentos no espectro geral: esquerda, centro-esquerda, centro, centro-direita, e direita.

No somatório, direita e centro-direita representam 40% da população, contra 45% na pesquisa anterior, de 2014. Já a soma de esquerda e centro-esquerda aumentou de 35% para 41%. O centro manteve-se com 20%.

O principal destaque foi uma sensibilização maior do brasileiro a questões que envolvem igualdade: a parcela dos que acreditam que a pobreza está relacionada à falta de oportunidades iguais para todos, por exemplo, subiu de 58% para 77% em relação à última pesquisa, realizada em 2014. A fatia dos que creem que pobreza é resultado de preguiça caiu de 37% para 21%.

A tolerância à homossexualidade também subiu, de 64% para 74%; a aceitação de imigrantes pobres aumentou de 63% para 70%; e a rejeição à pena de morte foi de 52% para 55%.

Por outro lado, também cresceu a defesa do porte de armas, de 35% em 2014 para 43% em 2017. A posição pelo desarmamento caiu de 62% para 55%, mas ainda predomina.

A grande maioria da população tem posição conservadora em relação às drogas: 80% são favoráveis a proibição.

Em relação à economia, a polarização é mais visível, e contraditória: 54% dos brasileiros querem depender menos do governo, mas 76% acham que é o Estado o responsável por fazer a economia crescer.

A pesquisa foi feita entre os dias 21 e 23 de junho de 2017, com 2.771 entrevistas em 194 cidades. A margem de erro é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos, com um nível de confiança de 95%.

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