Bolsonaro: "Há um ano eu nasci em Juiz de Fora", disse o presidente, em referência à cidade mineira onde foi esfaqueado e inicialmente atendido (Marcos Corrêa/PR/Divulgação)
Estadão Conteúdo
Publicado em 6 de setembro de 2019 às 10h08.
Última atualização em 5 de novembro de 2019 às 15h26.
Brasília — Exatamente um ano após ser alvo de uma facada na campanha eleitoral, o presidente Jair Bolsonaro foi recebido na manhã desta sexta-feira (6), por um grupo de cerca de 40 pessoas na saída do Palácio da Alvorada que cantou "parabéns" em sua homenagem.
Bolsonaro tem mantido o hábito de falar com apoiadores que o aguardam na entrada e saída da residência oficial da Presidência.
Normalmente, o presidente também conversa com jornalistas na saída da Alvorada, mas nesta sexta disse que só responderia perguntas sobre o seu "aniversário" ou sobre as comemorações de 7 de setembro, Dia da Independência.
"Há um ano eu nasci em Juiz de Fora", disse o presidente, em referência à cidade mineira onde foi esfaqueado e inicialmente atendido. "Amanhã (sábado, 7) quero todo mundo de verde e amarelo", afirmou sobre as comemorações de 7 de Setembro.
- Obrigado Santa Casa de Juiz de Fora.
- 06/setembro/2018: ex-filiado do PSOL tentou assassinar Jair Bolsonaro. pic.twitter.com/JdN5BqW3wy
— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) September 6, 2019
Na manhã do próximo domingo (8), o presidente fará a quarta cirurgia no período de um ano. Desta vez, ele terá que retirar uma hérnia surgida no local da facada, que surgiu devido aos procedimentos anteriores.
A correção da hérnia incisional é um procedimento considerado delicado, mas com boas expectativas de recuperação, de acordo com especialistas ouvidos pelo jornal O Estado de S. Paulo. O procedimento será realizado no Hospital Vila Nova Star, em São Paulo.
Segundo o médico que realizou cirurgias no presidente e estará à frente da próxima, o cirurgião geral da Rede D'Or São Luiz Antonio Luiz de Vasconcellos Macedo, o aparecimento de uma hérnia incisional pode ocorrer em casos de cirurgias não planejadas, como a que foi realizada em Bolsonaro após a facada, e é comum em pacientes submetidos a vários procedimentos cirúrgicos na região.
"Tudo isso é consequência das cirurgias. O tecido ficou enfraquecido, cedeu a sutura e surgiu essa hérnia. Vamos abrir a pele e a gordura, soltar a área que está enfraquecida e vamos aproximá-la mediante a colocação de uma tela de polipropileno para reforçar o tecido. A cirurgia não é longa, mas é delicada, o paciente recebe anestesia geral. A recuperação é boa, porque a gente trabalha fora do abdômen. No dia seguinte, (o paciente) já está andando."
Macedo diz que, no pós-cirúrgico, o paciente usa uma faixa abdominal e, normalmente, recebe alta em cinco dias, dependendo da recuperação. "Não é uma cirurgia que vai mexer com alimentação, mas deve ser feita uma dieta leve para o paciente no pós-operatório. Durante um mês, o paciente tem de fazer atividades moderadas", afirma Hyppolito.
De acordo com Bolsonaro, a a ideia é que ele compareça à cerimônia de comemoração do 7 de setembro, em Brasília, e, ao fim do dia, siga para São Paulo, para se internar para a preparação da cirurgia.
Dois dos filhos do presidente, o vereador no Rio de Janeiro Carlos (PSC) e o deputado federal Eduardo (PSL-SP), além da primeira-dama Michelle, o acompanharão durante o período na capital paulista.
Segundo Bolsonaro, o motivo da “pressa” para realizar a cirurgia é porque ele deve estar Estados Unidos para a Assembleia Geral das Nações Unidas, que ocorre em 24 de setembro, em Nova York.
Se for preciso, Bolsonaro disse que irá até “de cadeira de rodas ou de maca”, porque quer falar sobre a Amazônia ao restante do mundo. Tradicionalmente, o Brasil abre o evento. Esta será a primeira participação de Bolsonaro como presidente da República.
“Eu vou comparecer à ONU, nem que seja de cadeira de rodas, de maca. Eu vou comparecer porque eu quero falar sobre a Amazônia. Mostrar para o mundo com bastante conhecimento, com patriotismo, falar sobre essa área ignorada por tantos governos que me antecederam”, disse.
Ele considera que citar a Amazônia no discurso é uma chance que possui para falar ao mundo sobre o assunto. “Eu vou deixar essa oportunidade?”, questionou.