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Apoiado por governo e oposição, Davi Alcolumbre é eleito para 2º mandato como presidente do Senado

Senador pelo Amapá, Alcolumbre presidirá o Senado e o Congresso Nacional pelos próximos dois anos, em meio a polarização política do país

Davi Alcolumbre: parlamentar pelo Amapá presidirá o Senado entre fevereiro de 2025 e janeiro de 2027 (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

Davi Alcolumbre: parlamentar pelo Amapá presidirá o Senado entre fevereiro de 2025 e janeiro de 2027 (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

Antonio Temóteo
Antonio Temóteo

Repórter especial de Macroeconomia

Publicado em 1 de fevereiro de 2025 às 15h16.

Última atualização em 1 de fevereiro de 2025 às 15h36.

Amplo favorito e com apoio do governo e da oposição, o senador Davi Alcolumbre (União Brasil - AP) foi eleito neste sábado, 1º, presidente do Senado Federal e do Congresso Nacional, com 73 votos. Este será o segundo mandato de Alcolumbre na presidência da Casa e terá duração entre fevereiro de 2025 e janeiro de 2027.

Ele derrotou as candidaturas dos senadores Marcos Pontes (PL-SP) e Eduardo Girão (Novo-CE). A senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS) e Marcos do Val (Podemos-ES) retiraram as candidaturas durante os discursos em plenário.

No discurso em plenário que antecedeu a vitória, Alcolumbre defendeu a independência do Senado e do Congresso em relação ao governo, além de mandar recados ao Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo ele, a decisão do STF sobre emendas parlamentares é um desafio para o Legislativo.

"Hoje, mais uma vez, enfrentamos desafios. O relacionamento entre os Poderes, embora seja regido pela Constituição e pela harmonia, tem sido testado por tensões e desentendimentos. Entre esses desafios, destaco a recente controvérsia envolvendo as emendas parlamentares ao orçamento, que culminou em debates e decisões e com o Supremo Tribunal Federal e o Poder Executivo", afirmou.

O senador também afirmou que as decisões judiciais precisam ser respeitas, mas pediu respeito às prerrogativas dos parlamentares.

"É essencial respeitar as decisões judiciais e o papel do Judiciário em nosso sistema democrático. Mas é igualmente indispensável respeitar as prerrogativas do Legislativo e garantir que este Parlamento possa exercer seu dever constitucional de legislar e representar o povo brasileiro", disse.

Alcolumbre também defendeu diálogo como a solução para os problemas do país e afirmou que é necessário construir pontes entre adversários, que não devem ser tratados como inimigos.

"O Brasil ainda enfrenta os ecos da intolerância e da radicalização. Adversários são tratados como inimigos. O discurso de ódio e as agressões contaminam as redes sociais. Precisamos reconstruir pontes e lembrar que os adversários são parceiros no debate democrático, típico de uma Casa como esta", afirmou.

De vereador a senador pelo Amapá

Natural de Macapá (AP), o parlamentar nasceu em 19 de junho de 1977 e é descendente de uma família de judeus que emigraram do Marrocos para o Brasil e se radicaram, inicialmente, no Pará.

A estreia na política ocorreu em 2001, quando foi assumiu, aos 24 anos, mandato como vereador de Macapá. O parlamentar começou o curso de Ciências Econômicas no Centro de Ensino Superior do Amapá, mas não o concluiu. Apesar disso, fez carreira como comerciante.

Como vereador, teve uma curta carreira e foi eleito deputado federal em 2002. Na Câmara dos Deputados, o parlamentar permaneceu por três mandatos, entre 2003 e 2015. A chegada ao Senado ocorreu em 2015, quando o ex-presidente da República, José Sarney (MDB), desistiu de se reeleger senador pelo Amapá, o que abriu espaço para a vitória de Alcolumbre.

Apoio de Bolsonaro e articulação política

Com a eleição de Jair Bolsonaro para a Presidência da República em 2018 e a onda de renovação na política brasileira, o então ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, do mesmo partido de Alcolumbre, foi o grande articulador da vitória do parlamentar na primeira disputa para comandar o Senado.

Na ocasião, o parlamentar pelo Amapá desbancou o senador Renan Calheiros (MDB-AL) que buscava o quinto mandato como presidente do Senado. Durante seu primeiro mandato como presidente do Senado, Alcolumbre apoiou a pauta econômica de Bolsonaro, como a reforma da Previdência e autonomia do Banco Central. No entanto, ele evitou discussões das agendas mais radicais do bolsonarismo.

Antes de deixar o primeiro mandato na presidência da Casa, o senador pelo Amapá foi ao Supremo Tribunal Federal (STF) tentar garantir mais um mandato, mas o Judiciário manteve a tese de que não se pode reeleger os presidentes da Câmara e do Senado em uma mesma legislatura.

Com isso, Alcolumbre abraçou e articulou a candidatura do senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), além de garantir a presidência da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, a mais importante da Casa.

Entre 2021 e 2025, o senador pelo Amapá consolidou a liderança como grande articulador político e, após a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva em 2022, indicou um dos ministros do primeiro escalão petista: Waldez Góes, da Integração e Desenvolvimento Regional.

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