Veja como está a situação da capital nesta quarta (Marcelo Carmargo/Agência Brasil)
Redação Exame
Publicado em 8 de novembro de 2023 às 08h31.
Última atualização em 8 de novembro de 2023 às 08h33.
A Enel São Paulo informou por volta das 22h desta terça-feira, 7 que restava normalizar o fornecimento de energia para cerca de 30.200 clientes que foram impactados pelo vendaval na última sexta-feira, 3, o que representa 1,43% do total de consumidores afetados.
A companhia afirma que está atuando com mais de 3 mil técnicos nas ruas e que "têm trabalhado de forma incansável para reconstruir trechos inteiros da rede elétrica, garantindo a energia para todos".
A Câmara Municipal de São Paulo abriu a Sessão Plenária desta terça-feira, 7, para os vereadores fazerem comunicado e a falta de energia elétrica na capital paulista provocada pelos eventos climáticos da última sexta-feira, 3, foi o principal assunto tratado.
Segundo portal de notícias da Câmara de SP, o Plenário deve votar nesta quarta-feira, 8, a criação de uma CPI para investigar o serviço prestado pela concessionária de energia Enel na cidade. O documento que pede a abertura da Comissão foi protocolado pelo vereador João Jorge (PSDB), que criticou o trabalho feito pela concessionária.
O prefeito Ricardo Nunes (MDB) negou que apresentará proposta de cobrança aos moradores para bancar o enterramento de fios da rede elétrica em São Paulo. Na última sexta-feira, 3, um temporal provocou a queda de centenas de árvores na cidade, derrubando o fornecimento de energia elétrica em grande parte da capital - mais de 2 milhões de endereços chegaram a ficar sem luz.
"Em hipótese alguma teremos taxa em São Paulo. O contribuinte já paga um valor na sua conta de energia. Vamos usar parte desse recurso para fazer enterramento de fios. Se alguém quiser apresentar um projeto na sua região, a Prefeitura está disposta a contribuir para agilizar o enterramento de fios na cidade", disse o prefeito em entrevista à GloboNews na tarde desta terça-feira, 7.
As fortes chuvas e rajadas de vento que atingiram grande parte do Estado de São Paulo na sexta-feira (3) também deixaram ao menos sete mortos. Em Osasco, na Grande São Paulo, duas árvores caíram sobre um muro na Avenida Luiz Rink, atingindo um veículo e matando uma pessoa que estava no interior do automóvel, de acordo com a Defesa Civil.
Na capital paulista, funcionários da limpeza, agentes das subprefeituras e equipes de iluminação pública e de reparos em semáforos continuam nas ruas para restabelecer a normalidade na capital paulista.
Mais de cinco dias depois do temporal que causou apagão em São Paulo, ao menos 30 mil imóveis seguem sem luz nesta quarta-feira, 8. Após uma reunião de cerca de três horas no Palácio dos Bandeirantes, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) anunciou que as concessionárias vão estudar opções para ressarcimento de moradores e de melhoria nos canais de atendimento à população. Além disso, será montado um grupo de trabalho no âmbito da Aneel (agência federal) para acompanhar as ações e adequar os serviços a eventos extremos.
Mais cedo, o governador paulista havia acenado com "um TAC (termo de ajustamento de conduta) para que a gente possa facilitar a vida desse cidadão (prejudicado pelo apagão), porque não seria razoável que esse cidadão entre num caminho ordinário de atendimento e acabe não tendo resposta", disse. À noite, não detalhou o que pode ser feito. "Não adianta pensar no que passou", disse. Segundo ele, eventos extremos serão cada vez mais recorrentes, "estão aí e vieram para ficar". E salientou a importância de se criar planos de contingência para evitar novas crises.
Conforme Tarcísio, o "grande vilão" da crise foi a quantidade de árvores, que, por falta de manejo adequado, caíram na rede aérea. "Um plano de manejo arbóreo é uma das soluções mais baratas e efetivas para lidar com o problema", disse. Um projeto será enviado para Assembleia Legislativa para lidar com a questão, adiantou. Antes, ele evitou culpar a Enel, concessionária responsável pelo fornecimento de energia na capital paulista, pela falta de luz em diversos bairros.
Mas propôs alterações no modelo de contrato firmado entre empresas do setor e a União, ente detentor do poder concedente e que firma tais acordos. "Foi um fato extraordinário. Agora, eu acho que algumas medidas deixaram de ser tomadas ao longo do tempo. O contrato eventualmente não tem as servidões que deveria ter. A gente precisa olhar para trás para ver como estabelecer a normalidade o mais rápido possível e olhar para frente para garantir que isso não aconteça novamente", afirmou, após participar de um painel do BTG Pactual Macro Day com governadores.
Na conta da distribuidora ficou, porém, o problema de comunicação. Segundo o governador, o contato com a empresa precisa ser mais "azeitado". Tarcísio afirmou que durante encontro com as distribuidoras esse foi um ponto de discussão. O dirigente afirmou que há esforço por parte das concessionárias de investir em redes de comunicação e torná-las mais inteligentes.