Brasil

Aos 100 dias, Lula dobra aposta contra Bolsonaro e foca na classe média

Presidente afirma que otimismo não é exagero e que é preciso governar com esperança

Brasília (DF), 06/04/2023 - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante café da manhã com jornalistas, no Palácio do Planalto. (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Brasília (DF), 06/04/2023 - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante café da manhã com jornalistas, no Palácio do Planalto. (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Da Redação
Da Redação

Redação Exame

Publicado em 10 de abril de 2023 às 13h34.

Última atualização em 10 de abril de 2023 às 13h35.

Ao discursar em evento de balanço dos 100 primeiros dias do novo governo, no palácio do Planalto nesta segunda-feira, 10, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se defendeu de críticas à sua gestão e buscou comparar avanços em relação ao governo anterior, de Jair Bolsonaro. Ele também destacou que um dos principais focos da nova fase de governo será a classe média.

Segundo Lula, para tal camada da sociedade, é preciso fazer a reforma tributária. "Tem pessoas que não precisam tanto do governo", disse. "Os mais ricos não precisam da gente [o Estado], muito ricos precisam porque às vezes sonegam ou querem dinheiro emprestado. Não tem jeito, precisamos governar para quem verdadeiramente precisa do Estado", disse.

E, como tem acontecido nos últimos tempos, Lula não poupou críticas à taxa de juros. “Continuo achando que 13,75% [ao ano] é muito alta para a taxa de juros. Continuo achando que estão brincando com país, brincando sobretudo com o povo pobre e com os empresários que querem investir, só não vê quem não quer”, disse.

Comparando as entregas com o governo anterior, Lula destacou o volume de recursos aplicados, especialmente em infraestrutura. “Em 2023, já empenhamos R$ 3,3 bilhões em rodovias", disse Lula. 

O presidente também reiterou que seu otimismo "não é exagerado" e que é preciso governar com confiança. E voltou a disparar contra críticos a suas políticas. De acordo com ele, se a gestão focar no que o "mercado" e o Fundo Monetário Internacional (FMI) pensam -- e nas perspectivas para o Produto Interno Bruto (PIB) -- "é melhor desistir".

"Se a gente for governar pensando nisso, é melhor desistir. É importante que essa gente fale para que a gente faça diferente do que eles falam", disse. "Temos hoje mais capacidade do que as pessoas que vêm ao governo pela primeira vez."

Segundo Lula, o governo federal pretende fazer a diferença superando as dificuldades que se apresentarem. “Agradeçam às pessoas que acham que o Brasil não vai bem, que fazem críticas. Elas estão dizendo exatamente aquilo que a gente não deve fazer”, afirmou.

Nova gestão, velha gestão

Ao defender sua gestão, Lula afirmou que governará até dezembro de 2026 com a mesma responsabilidade que governou em mandatos anteriores, quando “não só nós fizemos superávit primário como nós também diminuímos a dívida externa”, pontuou. 

Citou o novo arcabouço fiscal, que na avaliação dele traz soluções realistas e seguras para o equilíbrio das contas públicas, que dar um fim às amarras “irracionais e sistematicamente descumpridas do falido teto de gastos”, que garante a volta do “pobre ao orçamento”. 

Quanto à reforma tributária, Lula afirmou que a proposta “corrige as distorções históricas de um sistema de tributação regressivo e injusto para os brasileiro e os entes federados, e que cria uma ambiente muito mais “dinâmico e descomplicado para o setor empresarial”.

Críticas a Bolsonaro

Em críticas à gestão anterior, Lula disse que nunca na história do país, "um presidente da República tinha tratado os entes federados com tanto desrespeito como foram tratados governadores, prefeitos, senadores e deputados mesmo com orçamento secreto". "Da outra vez, recebi um governo de companheiro democrata, que tinha marca de civilidade", em referência ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.

No discurso, ele também falou da importância da democracia. Em meio às críticas a Bolsonaro, Lula disse que, no Palácio do Planalto, será obrigatória a apresentação do cartão de vacina contra a covid-19. "Não trabalhará ninguém neste palácio do Planalto que não tenha cartão de vacina. É exigir cartão de vacina para as pessoas aprenderem, se não se respeitarem, a respeitarem os outros. Vou terminar essa reunião e fazer o exame de covid para ir à China", pontuou. O embarque do presidente está previsto para ocorrer na terça-feira, 11, pela manhã. Em sua avaliação, o país asiático está correto ao cobrar testes de covid.

"O Brasil voltou, e voltou a ter governo", destacou. "O Brasil voltou para conciliar crescimento econômico e social, para ser um país sem fome; voltou a cuidar do que era urgente e inadiável cuidar do seu povo."

Segundo Lula, não se constrói um país verdadeiramente desenvolvido "sob as ruínas da fome e ataques à democracia".

O presidente retomou as manifestações golpistas de 8 de janeiro e diz que a união das instituições naquele momento vai marcar seu mandato. "Estamos criando uma nova fase no país; sei que a imprensa, exigente, nos cobra."

Petrobras e transição energética

Segundo Lula, a Petrobras vai financiar a pesquisa de combustíveis renováveis e ampliar a frota de navios da Transpetro. A declaração foi feita em reunião ministerial para marcar os 100 dias de governo, no Palácio do Planalto.

"Preste atenção, ministro de Minas e Energia, a Petrobras financiará pesquisa para combustíveis renováveis. Ao mesmo tempo retomará o papel protagonista nos investimentos, ampliando a frota de navios da Transpetro e gerando emprego em nossos estaleiros", declarou o presidente.

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, enfrentou desgaste no governo após Lula dizer que só haverá mudança na política de preços da Petrobras após ele mesmo convocar uma reunião para isso.

Ao longo do discurso, Lula ainda afirmou que a transição energética será acelerada. "Vamos lançar editais para contratação de energia solar e eólica que, somados, representarão capacidade de geração equivalente a das maiores usinas hidrelétricas. Não perderemos a oportunidade de nos tornarmos uma potência do hidrogênio verde", declarou.

Farmácia popular e 250 políticas públicas

Entre outras entregas, Lula se disse confiante de que o programa Farmácia Popular será implementado em todo o território nacional e que se aprove o projeto de lei que trata da igualdade salarial entre homens e mulheres. De acordo com ele, senadores e deputados votarão em peso.

Lula chega aos 100 dias com dificuldade de criar uma agenda positiva e popularidade menor do que no início dos mandatos anteriores, apostando na retomada de programas que marcaram gestões petistas. Em artigo publicado no domingo, 9, o chefe do Executivo justificou que o governo priorizou, neste início de mandato, "o que era inadiável" para criar "bases para um futuro melhor".

Levantamento feito pelo Palácio do Planalto, neste período, mostra que foram realizadas cerca de 250 políticas públicas e ações pelo governo Lula 3, tais como nas áreas de combate à fome, infraestrutura, saúde, equidade de gênero, educação, meio ambiente e política externa.

Confira a íntegra do discurso de Lula

"Quero começar citando uma frase muito pequena, mas que traduz a enormidade do desafio que cumprimos nesses primeiros 100 dias de governo:

O Brasil voltou.

Antes de tudo, o Brasil voltou a ter governo. Um governo que se espelha no povo brasileiro e acorda cedo para trabalhar.

O Brasil voltou para trabalhar naquilo que deveria ser a razão de ser de todos os governos: cuidar das pessoas.
O Brasil voltou a cuidar sobretudo dos brasileiros e brasileiras que mais precisam, e que nesses últimos anos foram as principais vítimas da ausência de governo.

O Brasil voltou para conciliar novamente crescimento econômico com inclusão social. Para reconstruir o que foi destruído e seguir adiante.

O Brasil voltou para ser outra vez um país sem fome.

Ao mesmo tempo que prepara o terreno para as obras de infraestrutura que foram abandonadas ou ignoradas pelo governo anterior, o Brasil voltou a cuidar de saúde, educação, ciência e tecnologia, cultura, habitação, segurança pública.

O Brasil voltou com ações e programas que ajudaram a resgatar a dignidade, a cidadania e a qualidade de vida do povo brasileiro:

O Bolsa Família. O Programa de Aquisição de Alimentos. O Programa Nacional de Alimentação Escolar. O Minha Casa Minha Vida.

O Mais Médicos. O Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania, e tantos outros.
O Brasil voltou a cuidar do que era urgente e inadiável: o povo brasileiro.

Senhores ministros, senhoras ministras, meus amigos e minhas amigas.
O Brasil voltou a olhar para o futuro.

Olhar para o futuro significa investir em rodovias, ferrovias, portos, aeroportos, geração e transmissão de energia, conectividade, expansão do pré-sal, energia solar e eólica, entre outras iniciativas que irão colocar outra vez o Brasil no rumo do desenvolvimento.

Mas significa, antes de tudo, olha para as pessoas.

Não se constrói um país verdadeiramente desenvolvido sobre as ruínas da fome, dos ataques à democracia, do desrespeito aos direitos humanos e das desigualdades de renda, raça e gênero.

Não se chega a lugar nenhum deixando para trás a metade mais sofrida da nossa população.
Por isso, foi preciso reerguer alicerces, pavimentar novamente a estrada em direção ao futuro. E foi o que fizemos nestes primeiros 100 dias de governo.

O Brasil voltou a cuidar da saúde, com o Mais Médicos renovado e ampliado, que vai aonde a população desassistida está, e com o Programa Nacional de Imunização, para evitar que um único brasileiro adoeça ou morra por falta de vacina. Ao mesmo tempo, a primeira etapa dos mutirões de cirurgias começou em todo o país.

O Brasil voltou com ações efetivas de combate à violência contra as mulheres. E avançou no combate à desigualdade de gênero no mundo do trabalho, enviando ao Congresso Nacional a Lei de Igualdade Salarial entre mulheres e homens.

O Brasil voltou para cuidar de seus primeiros habitantes. Criou o Ministério dos Povos Indígenas, deflagrou ações emergenciais para interromper o genocídio dos yanomami, provocado pelo governo anterior.

O Brasil voltou para fazer reparação histórica ao povo negro deste país, com o Ministério da Igualdade Racial, a titulação de terras quilombolas e a cota para negros nos cargos de chefia do serviço público.

O Brasil voltou a cuidar de seus biomas, sobretudo da maior floresta tropical do planeta, com o restabelecimento do Fundo Amazônia e a criação e instalação da Comissão de Prevenção e Controle do Desmatamento. O Brasil voltou a ter uma política externa ativa e altiva, retomando as boas relações com todos os países do mundo.

O Brasil voltou a dialogar com prefeitos, governadores, deputados, senadores. O Brasil voltou a conversar sobretudo com a sociedade civil, por meio da recriação do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e o Conselho de Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social Sustentável, entre outras instâncias de participação.

O Brasil voltou a cultivar a harmonia e o convívio republicano entre os Três Poderes, cujo maior exemplo foi a pronta reação à tentativa de golpe de 8 de janeiro.

No dia seguinte à barbárie, os Três Poderes marcharam unidos -- do Palácio do Planalto ao Supremo Tribunal Federal, passando pelo Congresso Nacional -- para dizer NÃO ao fascismo.
O Brasil voltou a dizer SIM à democracia.

Meus amigos e minhas amigas.

Foram 100 dias de muito trabalho. Temos mais 1.360 dias para seguir reconstruindo este país. E já estamos a caminho.
Apresentamos o novo arcabouço fiscal, que traz soluções realistas e seguras para o equilíbrio das contas públicas. Que dá um fim às amarras irracionais -- e sistematicamente descumpridas -- do falido teto de gastos. Que garante a volta do pobre ao orçamento. E que possibilita a aplicação de recursos no desenvolvimento econômico do país.

Estamos trabalhando em uma reforma tributária que corrige as distorções históricas de um sistema de tributação regressivo e injusto para os brasileiros e os entes federados. E cria um ambiente muito mais dinâmico e descomplicado para o setor empresarial.

Retomamos a capacidade de planejamento de longo prazo. E esse planejamento será traduzido em um grande programa que traz de volta o papel do setor público como indutor dos investimentos estratégicos em infraestrutura.

Com muito diálogo federativo, vamos retomar as obras paradas e acelerar as que estão em ritmo lento, além de selecionar novos investimentos estratégicos para o país.

Já recebemos dos governos de cada estado uma lista de obras prioritárias, e os ministérios estão identificando outros investimentos estruturantes. Até o início de maio, anunciaremos a lista definitiva de empreendimentos e os mecanismos que farão com que eles saiam rapidamente do papel e gerem milhões de empregos de qualidade.

Vamos aproveitar a experiência que já tivemos com o PAC e os programas de concessão para aprimorar esses mecanismos, tornando-os ainda mais eficientes.

Articularemos ainda com mais eficiência os investimentos públicos e privados e o financiamento dos bancos oficiais, em uma mesma direção: a do desenvolvimento com inclusão social e sustentabilidade ambiental.
Nosso programa de investimentos estratégicos em infraestrutura contará com seis eixos: transportes; infraestrutura social; inclusão digital e conectividade; infraestrutura urbana; água para todos e transição energética.

A transição energética será acelerada. Vamos lançar editais para contratação de energia solar e eólica que, somados, representarão capacidade de geração equivalente à de nossas maiores usinas hidrelétricas. E os leilões para novas linhas de transmissão irão tornar ainda mais rápida e atrativa a implantação desses parques de energia limpa.

E não perderemos a oportunidade de nos tornarmos uma potência global do hidrogênio verde.
A Petrobrás financiará a pesquisa para novos combustíveis renováveis. Ao mesmo tempo, retomará o papel protagonista nos investimentos, ampliando a frota de navios da Transpetro e gerando emprego em nossos estaleiros.

Na inclusão digital e conectividade, levaremos Internet de alta velocidade para as escolas e para os equipamentos sociais, a exemplo de postos de saúde, melhorando o acesso dos profissionais e dos usuários aos prontuários e exames.

No transporte, as ferrovias, rodovias, hidrovias e portos voltarão a ser pensadas de modo estruturante. Reduzirão o custo do escoamento de nossa produção agrícola. E incentivarão o florescimento de uma nova base industrial, mais tecnológica e mais limpa.

Vamos acelerar a construção das ferrovias, essenciais para a integração do país e o escoamento da nossa produção agrícola.

Além disso, vamos equacionar as concessões de rodovias e aeroportos que ficaram desequilibradas, retomando os investimentos previstos.

No eixo de água para todos, a Integração do São Francisco retomará seu ritmo. Concluiremos obras fundamentais, a exemplo da adutora do Agreste Pernambucano; do Cinturão das Águas do Ceará; do Canal Acauã-Araçagi da Paraíba; e da Barragem Oiticica do Rio Grande do Norte.

Na infraestrutura urbana, investiremos fortemente na melhoria das condições de habitação e vida das pessoas que moram em favelas, palafitas e outros locais precários. E vamos tirar do papel obras de prevenção a desastres causados por cheias e deslizamentos.
O Minha Casa, Minha Vida contratará 2 milhões de moradias.

O Novo Marco do Saneamento, aprovado na semana passada, remove as amarras que por tanto tempo impediram o investimento no setor. Em dez anos, vamos praticamente universalizar o fornecimento de água tratada e a coleta e tratamento de esgoto, com investimentos públicos e privados.

A qualidade de vida nas cidades não se faz apenas de casas, saneamento e transporte. E é exatamente por isso que o programa também conta com um eixo específico para infraestrutura social, com investimentos em hospitais, escolas, creches e centros de cultura e de esportes.

Para além do programa de investimentos estratégicos em infraestrutura, lançaremos em maio o Plano Safra do agronegócio. Queremos aumentar a produtividade no campo, e criar mecanismos que garantam a sustentabilidade socioambiental.

O Brasil voltará a ser referência mundial em sustentabilidade e enfrentamento das mudanças climáticas. E cumprirá as metas de redução de emissão de carbono e desmatamento zero.

O desmatamento será combatido em todos os biomas brasileiros. Desenvolveremos a economia da sociobiodiversidade, integrando a pesquisa científica e o conhecimento tradicional.

A mudança para uma economia de baixo carbono será tratada como estratégia de desenvolvimento do país. A transformação da estrutura produtiva nacional passará por uma Reindustrialização Verde e Digital.
O combate às mudanças climáticas também se dará nos centros urbanos. Vamos incentivar e promover ações de redução das emissões de carbono na mobilidade urbana e na construção civil.

Minhas amigas e meus amigos,

Sempre tenho dito que governar é cuidar das pessoas. E que garantir que cada brasileira e cada brasileiro consiga fazer as três refeições do dia é minha obsessão.

O Brasil sairá novamente do Mapa da Fome com a integração das ações já existentes e outras que serão articuladas pela Câmara Interministerial que reúne 24 de nossos 37 ministérios.
A população mais pobre e a classe média precisam se ver livre das amarras das dívidas.

Com o Programa Desenrola, os consumidores poderão renegociar seus débitos e limpar seus nomes.

Vamos trabalhar para que os bancos públicos possam garantir crédito facilitado e com prazos adequados para micro, pequenas e médias empresas e cooperativas, além de microcrédito para empreendedores individuais.
Nossas crianças e jovens vão recuperar o tempo perdido na pandemia. Em conjunto com estados e municípios, desenvolveremos políticas para superar a defasagem no ensino, a evasão e o abandono escolar. A escola de tempo integral, da creche ao ensino médio, ganhará maior amplitude. E nossos estudantes, educação de qualidade.

Ampliaremos vagas nas universidades. Retomaremos o Programa Nacional de Assistência Estudantil, que assegura a permanência dos estudantes carentes no ensino superior.

Depois de anos congeladas, as bolsas da Capes e do CNPq foram reajustadas, beneficiando 258 mil doutores, mestres e pesquisadores.

Fortaleceremos o Sistema Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação, para que universidades e centros de pesquisa produzam ainda mais conhecimento para alavancar o desenvolvimento nacional.

Na saúde, retomaremos o Aqui Tem Farmácia Popular, garantindo medicamentos gratuitos e baratos para a população.

E implantaremos a rede atenção médica especializada multiprofissional, perto do usuário que precisa de consultas, exames e cirurgias com menor tempo de espera.

Cuidar das pessoas também é garantir sua segurança, em especial daqueles que mais sofrem com a violência.
Uniremos os estados, municípios e a sociedade civil organizada em um pacto para enfrentar o massacre dos jovens negros e da periferia.

As políticas para combater todas as formas de violência contra as mulheres serão ampliadas por meio do Programa Mulher Viver Sem Violência e das novas unidades da Casa da Mulher Brasileira. E garantiremos que não haja impunidade aos agressores.

Em parceria com Estados e municípios, iremos ampliar as políticas de garantia de direitos às juventudes, aos idosos, às pessoas com deficiência e à comunidade LGBTQIA+.

Como já fizemos com o povo yanomami, seguiremos protegendo os direitos e os territórios dos povos indígenas, povos e comunidades tradicionais, quilombolas e de comunidades de matriz africana e de terreiro, assegurando o bem viver e a cidadania.

O combate ao crime organizado e às facções criminosas será prioridade. Fortaleceremos as áreas de investigação e a inteligência tecnológica das forças policiais. E valorizaremos de verdade os profissionais de segurança, usando programas como o Bolsa Formação.

Seguiremos combatendo a desinformação nos meios analógicos e digitais, contribuindo de maneira firme com o debate sobre a regulamentação das plataformas digitais que ocorre no Congresso Nacional.

O acesso à cultura, ao esporte e ao lazer será ampliado, bem como o apoio aos empreendedores culturais e aos atletas de alto rendimento.

Seguiremos fortalecendo a democracia brasileira, enfrentando e vencendo a ameaça totalitária, o ódio, a violência, a discriminação e a exclusão que pesam sobre o nosso país.

Ampliaremos ainda mais o diálogo com o Legislativo, o Judiciário, os entes federados e a sociedade brasileira.
Ainda neste semestre, serão deflagrados os debates do Plano Plurianual Participativo. Com atividades nos 27 Estados, ele possibilitará à sociedade participar ativamente no processo de planejamento das ações para a reconstrução do Brasil. E contribuirá muito para a transparência orçamentária.

Minhas amigas e meus amigos.

Cada ministra e cada ministro aqui presentes, juntamente com suas equipes, merecem todo o nosso reconhecimento, pelo tanto que foram capazes de entregar em tão pouco tempo.

Mas a mensagem principal que deixo aqui é a seguinte: se preparem, pois temos de trabalhar muito mais.
Quero terminar citando outra frase, que traduz o nosso sentimento ao fim destes primeiros 100 dias:
O Brasil voltou a ter futuro. E isso é apenas o começo."

Com informações do Estadão Conteúdo.

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