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Ao exaltar pré-sal, Dilma critica pessimismo da imprensa

Segundo a presidente, o relativo desconhecimento sobre a riqueza representada pelo pré-sal tem como uma das origens o “pessimismo militante” da mídia

Dilma e Lula durante evento de campanha: ela expressou desconforto com a cobertura ao falar sobre a investigação de casos de corrupção  (REUTERS/Ricardo Moraes)

Dilma e Lula durante evento de campanha: ela expressou desconforto com a cobertura ao falar sobre a investigação de casos de corrupção (REUTERS/Ricardo Moraes)

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Da Redação

Publicado em 16 de setembro de 2014 às 07h44.

Rio de Janeiro - A presidente Dilma Rousseff, candidata à reeleição pelo PT, afirmou que o relativo desconhecimento sobre a riqueza representada pelo pré-sal tem como uma das origens o “pessimismo militante” da imprensa brasileira, após o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ter defendido a aprovação de um marco regulatório para o setor de comunicação no país.

“Hoje o nível de consciência que o Brasil tem sobre o petróleo que sai do pré-sal é muito baixo, até por conta da desinformação sistemática e do pessimismo militante que viceja e, a gente sabe, é característico da forma como se transmitem as informações na imprensa brasileira”, disse Dilma durante ato em apoio à sua reeleição que reuniu intelectuais e artistas em um teatro do Rio de Janeiro, na noite de segunda-feira.

Em discurso antes da presidente, Lula fez duras críticas à cobertura política feita pela imprensa e, ao lembrar das conferências nacionais de comunicação realizadas em seu governo, defendeu a aprovação de um novo marco legal para o setor.  “O marco regulatório das comunicações é uma necessidade nesse país... O que não é possível é que as concessões do Estado tenham o comportamento que têm”, afirmou Lula.

Dilma expressou desconforto com a cobertura da mídia também ao falar sobre a investigação de casos de corrupção durante seu governo, dizendo que “o que é errado no Brasil é a exposição desnecessária de pessoas sem se ter certeza da culpa”.

A presidente fez referência às denúncias de corrupção que vieram à tona após o vazamento de depoimentos feitos pelo ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa à Polícia Federal, mediante acordo de delação premiada, que teriam revelado um suposto esquema de desvio de recursos envolvendo a estatal e políticos da base aliada.  PRÉ-SAL PARA A CULTURA Durante o ato com artistas, Dilma sugeriu ainda que recursos do pré-sal deveriam ser destinados também ao setor cultural. “Eu acredito que o dinheiro que nós obteremos no pré-sal também teria que ser destinado a pontos de cultura, start-ups e casas de cultura”, disse.

A presidente não deu detalhes sobre como se daria a aplicação dos recursos. Por lei, 75 por dos royalties do petróleo do pré-sal devem ser destinados à educação e 25 por cento para a saúde.

Dilma e Lula aproveitaram também para fazer uma forte defesa a favor de um plebiscito sobre a criação de uma assembleia constituinte exclusiva para a reforma política, ao mesmo tempo em que lançavam provocações à principal adversária na corrida presidencial, Marina Silva (PSB). “É necessário fazer da reforma política uma questão básica”, disse Lula.

“Para fazer reforma política é preciso fazer a política. É fazendo política dentro dos partidos... Eu acho que não é possível a gente falar de nova política sem dizer como, aonde e com quem”, acrescentou, fazendo referência à campanha de Marina, que tem se colocado como alternativa ao que chama de "velha política". 

Em menção às declarações de Marina sobre sua intenção de governar com os bons políticos, independentemente de legendas, o que tem sido interpretado por seus adversários como um caminho para enfraquecer os partidos, Dilma disse que “governar sem partidos é um preâmbulo para o autoritarismo”.

Assim como Lula, a presidente voltou a defender um plebiscito para reforma política. “Eu não acredito em nenhuma reforma política que não tenha a participação popular, e isso significa plebiscito”, disse a presidente. "É fundamental que a gente faça um debate com o povo brasileiro que dê força as nossas propostas de constituinte para consulta para saber se nós somos a favor de financiamento de campanha público ou privado." (Por Felipe Pontes)

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