Brasil

Anvisa suspende uso obrigatório de máscara em aviões e aeroportos

A medida, que chegou a ser suspensa, estava em vigor desde novembro do ano passado, quando houve um aumento no número de casos de covid-19

Máscara: uso era obrigatório desde novembro do ano passado. (digitalvision/Getty Images)

Máscara: uso era obrigatório desde novembro do ano passado. (digitalvision/Getty Images)

Gilson Garrett Jr.
Gilson Garrett Jr.

Repórter de Lifestyle

Publicado em 1 de março de 2023 às 12h51.

Última atualização em 1 de março de 2023 às 13h09.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) decidiu, nesta quarta-feira, 1º de março, suspender o uso obrigatório de máscara em aviões e aeroportos. A decisão foi tomada em reunião de diretoria e considerou a diminuição de casos de covid-19 no país, além do avanço da vacinação. Apesar da suspensão, o desembarque por filas e procedimentos de limpeza continuam.

A obrigatoriedade do item de proteção facial -- que chegou a ser suspensa em agosto do ano passado -- estava em vigor desde novembro. Na época, a medida foi tomada levando em conta um aumento no número de casos de covid-19, puxados por subvariantes da Ômicron.

Para entrar em vigor, a nova regra precisa de publicada em Diário Oficial, o que deve ocorrer nos próximos dias. Outros países, como Estados Unidos, e nações da União Europeia, suspenderam o uso obrigatório em aviões e aeroportos desde o ano passado.

"O número de novos casos também vem representando queda na Semana Epidemiológica com redução de quase 90% entre novembro e janeiro. O número de casos também é inferior em comparação ao registrado em novembro de 2022, quando o uso de máscaras voltou à obrigatoriedade em aeronaves e aeroportos, e o de óbitos é inferior ao registrado em agosto [data em que a Anvisa suspendeu a medida pela primeira vez]", disse o diretor da Anvisa Daniel Pereira, relator do caso na reunião.

Nos votos dos demais diretores, eles reforçaram a importância da proteção facial durante os momentos mais críticos da pandemia e recomendaram que pessoas com algum comprometimento do sistema imunológico, idosos ou quem está com sintoma gripal continuem usando a máscara. Também orientarem para atualizar e manter em dia a vacinação.

Para especialistas ouvidos por EXAME, no contexto atual a medida da Anvisa é acertada. "Sou contra qualquer uso obrigatório de máscara neste momento. Um terço das pessoas usa de forma errada, no queixo, não troca no tempo certo, o que pode facilitar o contágio. O obrigatoriedade afasta o poder que temos de orientar as pessoas para um uso mais específico", diz Alberto Chebabo, presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI).

O pesquisador Marcelo Gomes, coordenador do InfoGripe, da Fiocruz, vai no mesmo sentido. "Não me parece fundamental o uso de máscara agora no transporte público. Há ainda o risco de perder a adesão da população quando realmente precisa. Fora isso, só quando houver algum cenário de crescimento de casos, o que não vemos no momento", afirma.

Nova campanha de vacinação contra a covid-19

O Ministério da Saúde começou, no dia 27 de fevereiro, uma nova campanha de vacinação contra a covid-19. Para esta fase são convocados 18 milhões de brasileiros em grupos de risco -- idosos e imunossuprimido. Eles recebem no braço uma dose do imunizante bivalente da Pfizer que protege contra o vírus original do SARS-CoV-2 e as últimas variantes, como a Ômicron, altamente transmissível.

Quem pode tomar a vacina bivalente?

São convocados idosos acima de 70 anos, pessoas acima de 12 anos com imunossupressão, indígenas, residentes em instituições de longa permanência e funcionários dessas instituições. A faixa etária de 60 a 69 anos deve começar nas próximas semanas. O governo federal também pretende fazer uma busca ativa das pessoas que estão com doses em atraso.

A recomendação do Ministério da Saúde é aplicar esta dose apenas como reforço. Com isso, quem não tomou nenhuma vacina precisa ter, pelo menos, as duas primeiras doses. Quem recebeu a terceira ou a quarta dose pode tomar diretamente a nova vacina atualizada bivalente. O intervalo entre a última aplicação e esta é de quatro meses.

yt thumbnail
Acompanhe tudo sobre:AnvisaCoronavírusvacina contra coronavírus

Mais de Brasil

Banco Central comunica vazamento de dados de 150 chaves Pix cadastradas na Shopee

Poluição do ar em Brasília cresceu 350 vezes durante incêndio

Bruno Reis tem 63,3% e Geraldo Júnior, 10,7%, em Salvador, aponta pesquisa Futura

Em meio a concessões e de olho em receita, CPTM vai oferecer serviços para empresas