(Kay Nietfeld /DPA/Bloomberg)
Reuters
Publicado em 16 de março de 2021 às 21h27.
Última atualização em 16 de março de 2021 às 21h27.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) recomendou a continuidade do uso da vacina AstraZeneca contra covid-19 no Brasil, após ter concluído que não houve alteração no equilíbrio do benefício-risco do imunizante em meio a relatos de efeitos adversos da vacina em países europeus nos últimos dias.
Em comunicado divulgado na noite desta terça-feira em que atualiza as informações sobre o monitoramento do caso, o órgão regulador brasileiro decidiu manter o uso do imunizante, que vinha sendo aplicado por meio de autorização emergencial e recebeu aval na semana passada da agência para uso definitivo.
Segundo a Anvisa, a conclusão sobre a vacina foi reforçada após a realização de reunião entre o órgão e autoridades regulatórias de vários países e também com a Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular.
"A reunião com as agências internacionais foi feita no âmbito da Coalizão Internacional de Agências Reguladoras, que reuniu um total de 52 representantes de outras agências", disse a Anvisa.
"A discussão técnica apontou para a necessidade de apresentação de outros dados e o aprofundamento das investigações nos países que invocaram o princípio da precaução para suspender o uso da vacina Oxford/Astrazeneca", acrescentou.
A agência disse que monitora a situação de todas as vacinas em uso no país e ressaltou que o lote do imunizante da AstraZeneca que "deu início às suspensões feitas por alguns países não veio para o Brasil".
"Nas bases nacionais que reúnem os eventos ocorridos com vacinas não há registros de embolismo e trombose que tenha relação de causa com as vacinas contra a Covid-19", afirmou o órgão.
Diversos países europeus, incluindo os maiores membros da União Europeia -- Alemanha, França e Itália -- suspenderam o uso do imunizante nos últimos dias após casos isolados de hemorragia, formação de coágulos sanguíneos e baixa contagem de plaquetas em pessoas que receberam a vacina, à espera do desfecho de uma investigação da agência reguladora de medicamentos da UE sobre os casos.
Nesta terça-feira, a diretora-executiva da agência europeia EMA, Emer Cooke, disse que não há indicação de que os incidentes envolvendo a formação de coágulos, que ela chamou de "muito raros", foram causados pela vacina, a afirmou que os benefícios do imunizante continuam a superar os riscos. A investigação da agência continua, acrescentou.