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Anvisa propõe suspender a vacinação de grávidas com Janssen e AstraZeneca

Em maio, a agência já tinha recomendado a suspensão do uso da AstraZeneca neste grupo. Em comunicado divulgado na última sexta-feira, 2, a agência ampliou a orientação à vacina da Janssen, que chegou ao país no final de junho

Vacinas (Karl Tapales/Getty Images)

Vacinas (Karl Tapales/Getty Images)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 5 de julho de 2021 às 11h14.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) propôs suspender a aplicação de vacinas contra a covid-19 da AstraZeneca e da Janssen em gestantes. A recomendação se aplica aos imunizantes que usam vetor adenoviral. Dessa forma, as grávidas brasileiras devem receber doses da Pfizer ou Coronavac.

Em maio, a agência já tinha recomendado a suspensão do uso da AstraZeneca neste grupo. Em comunicado divulgado na última sexta-feira, 2, a agência ampliou a orientação à vacina da Janssen, que chegou ao país no final de junho.

Em abril passado, as gestantes foram incluídas na lista de prioridade para vacinação contra a covid-19 porque fazem parte do grupo de risco. Um boletim do Observatório Covid-19 da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) lançado no final de junho aponta que a taxa de letalidade entre essas mulheres é altíssima, de 7 2%, mais que o dobro do índice do País (2,8%). Até o mês passado 1.156 gestantes tinham morrido de covid-19 só em 2021. Em 2020, foram 560 mortes neste grupo.

No comunicado 006/2021, assinado pela Gerência-Geral de Monitoramento de Produtos Sujeitos à Vigilância Sanitária (GGMON), o órgão reafirma que o público geral deve continuar tomando as referidas vacinas porque seus benefícios são muito maiores do que os riscos associados à infecção por covid-19. "A Anvisa reforça a relação benefício-risco favorável das vacinas contra Covid-19 autorizadas para uso no país, sendo essencial a continuidade da imunização da população", disse em nota.

A Anvisa também orienta para a necessidade de se instituir medidas para identificar casos suspeitos de trombocitopenia em pessoas que receberam as vacinas. As chances de isso ocorrer são extremamente baixas, entre 0,1% e 0,5%. Um estudo da Universidade de Oxford já mostrou que o risco de pacientes diagnosticados com covid-19 apresentarem casos de trombose é cerca de dez vezes maior do que entre as pessoas vacinadas.

Segundo a agência, os sintomas relacionados à trombose são falta de ar, dor no peito, inchaço ou dor nas pernas, dor abdominal persistente, sintomas neurológicos, incluindo dores de cabeça graves e persistentes, visão turva, confusão, convulsões, petéquias (pequenas manchas vermelhas ou marrom em partes do corpo), hematomas ou outras manifestações hemorrágicas fora do local da vacinação. Pessoas vacinadas que apresentam estes sinais devem procurar um serviço de saúde.

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