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Anvisa cancela registro de próteses mamárias PIP

Decisão foi foi tomada diante da comprovação de que o silicone usado nas bolsas não era para uso em saúde

Silicone: uso dos implantes no Brasil já estava suspenso desde abril de 2010, quando foi constatada que a fabricante do produto (Stock.xchng)

Silicone: uso dos implantes no Brasil já estava suspenso desde abril de 2010, quando foi constatada que a fabricante do produto (Stock.xchng)

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Da Redação

Publicado em 30 de dezembro de 2011 às 07h33.

São Paulo - A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) anunciou ontem o cancelamento do registro de próteses mamárias PIP (Poly Implants Protheses). A decisão, que deverá ser publicada no Diário Oficial nos próximos dias, foi tomada diante da comprovação de que o silicone usado nas bolsas não era para uso em saúde e dos registros de rompimento dos implantes.

O uso dos implantes no Brasil já estava suspenso desde abril de 2010, quando foi constatada que a fabricante do produto, uma empresa francesa, havia usado silicone sem registros. De acordo com a Anvisa, das 34.631 unidades importadas, 24.534 foram comercializadas.

A recomendação é de que mulheres que receberam tais implantes procurem seus médicos para saber qual melhor procedimento a ser adotado. "Caso a paciente não saiba a procedência do implante recebido, o melhor é procurar o médico, a clínica ou hospital onde o procedimento foi feito. Eles têm obrigação de manter registros", afirmou o presidente da Anvisa, Dirceu Barbano.

A prótese que agora será proibida foi comercializada no Brasil entre 2005 e abril de 2010. De acordo com Barbano, embora registros de reações adversas tenham sido feitos em outros países, a Anvisa não recebeu nenhuma comunicação de problemas relacionados ao implante no Brasil.

Pelo menos 12 mil mulheres no Brasil usaram essas próteses em seus implantes mamários. Nos próximos dias, a Anvisa deve concluir um mapeamento sobre o uso dos implantes das próteses PIP no País. "A ideia é fazer um rastreamento, descobrir onde foi feita a distribuição do material e orientar vigilâncias locais para ficarem atentas", disse.

Barbano informou que estudos apresentados até agora não comprovaram a suspeita, apresentada na França, de que o material usado nas próteses aumentava o risco do desenvolvimento de câncer. "Os estudos não identificaram essa possibilidade. O que sabemos é que há maior risco de reações, de infecções."

O produto no Brasil foi importado pela Emi Importação e Distribuição. A empresa ficará encarregada de fazer a coleta das próteses e o descarte do material. A destruição do material será feito somente depois de autoridades sanitárias conferirem a quantidade dos implantes. "Não há como saber se houve uso irregular das bolsas desde o período em que determinamos a suspensão do produto. Isso seria uma atividade criminosa", disse Barbano. A fabricante do produto pediu o encerramento da empresa para o governo francês.

Lígia Formenti

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