Cerca de 10.000 próteses da PIP foram retirados do mercado do Brasil, enquanto 25.000 mulheres brasileiras ainda utilizam estes implantes, de acordo com a Anvisa (Sebastien Nogier/AFP)
Da Redação
Publicado em 5 de janeiro de 2012 às 13h04.
Brasília - O Brasil teve implantadas 25 mil próteses de silicone suspeitas de uma empresa francesa que exportou o produto para todo o mundo e avalia a recomendação de remoção dos implantes, disse nesta sexta-feira a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Os implantes PIP (Poly Implant Prothese SA) ficaram sob os holofotes após o governo francês recomendar às dezenas de milhares de mulheres na França com estas próteses que as removesses por meio de cirurgia como medida de precaução diante de taxas anormais de ruptura da prótese.
De acordo com a assessoria de imprensa da Anvisa, as próteses estão proibidas no país desde 2010. A agência disse que ainda não há uma recomendação para que as pessoas que se submeteram a implantes no país retirem suas próteses.
Cerca de 300 mil implantes PIP, que são usados em cirurgia cosmética para aumentar o tamanho dos seios ou para substituir tecido mamário, foram vendidos ao redor do mundo antes da falência da empresa no ano passado.
Fundada em 1991, a Poly Implant Prothese tinha sede no sul da França, e durante um período foi a terceira maior fabricante de implantes do mundo, produzindo cerca de 100 mil por ano.
A França registrou oito casos de câncer em mulheres com implantes mamários fabricados pela PIP, que é acusada de utilizar silicone de grau industrial, normalmente usado em computadores e utensílios de cozinha.