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Anvisa avalia pedido de registro de vacina contra a dengue

A QDenga recebeu o registro de uso da União Europeia no começo de dezembro para crianças a partir de 4 anos e protege contra os quatro serotipos da dengue

Aedes aegypti: mosquito transmissor da dengue. (Joao Paulo Burini/Getty Images)

Aedes aegypti: mosquito transmissor da dengue. (Joao Paulo Burini/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 10 de janeiro de 2023 às 06h01.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) realiza, nesta terça-feira, 10, uma reunião com o laboratório Takeda, responsável pelo desenvolvimento da primeira vacina contra a dengue que pode ser usada no país, chamada de QDenga. O objetivo do encontro é esclarecer dúvidas técnicas e ter acesso a dados complementares para analisar o pedido de registro do imunizante no Brasil, feito no fim do ano passado.

De acordo com a Anvisa, essa discussão será realizada na forma de um painel técnico entre servidores da agência e representantes do laboratório. Ainda não há prazo para a deliberação final da agência sanitária sobre a vacina.

A QDenga recebeu o registro de uso da União Europeia no começo de dezembro para crianças a partir de 4 anos e protege contra qualquer um dos quatro serotipos da dengue. O imunizante é aplicado em duas doses com intervalo de três meses, e pode ser usado tanto em pessoas que já tiveram a doença como as que não tiveram. A primeira vacina do mundo contra a dengue, aprovada em 2015, só pode ser usada em pessoas que já foram contaminadas.

De acordo com dados do laboratório, a vacina QDenga demonstrou eficácia de 80% na prevenção da febre causada pela dengue em crianças e adolescentes nos 12 meses que se seguiram à segunda dose. O principal estudo foi feito em oito países da América Latina e da região Ásia-Pacífico, com cerca de 20.000 crianças e adolescentes. O imunizante também reduziu em 90% os casos de hospitalização.

O Instituto Butantan realiza testes para o desenvolvimento de uma vacina contra a dengue. Atualmente a vacina está em fase 3 de pesquisa clínica em que ela é testada em um grande número de pessoas para atestar a eficácia e possíveis efeitos colaterais. Até o momento, o estudo mostrou uma eficácia de 79,6% para evitar a doença.

Em andamento desde 2016, a fase 3 envolve 16.235 voluntários de 2 a 59 anos, avaliados por 16 centros de pesquisa de diferentes regiões do país. O imunizante foi administrado em 10.259 pessoas, em dose única, e o restante recebeu placebo. A incidência de casos de dengue sintomáticos confirmados por laboratório foi analisada depois de 28 dias da vacinação até dois anos de seguimento de cada participante. O estudo seguirá até todos os indivíduos completarem cinco anos de acompanhamento, em 2024.

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