Brasil

Haddad anuncia Marcos Barbosa, ex-sócio de Armínio, para Secretaria de Reformas; veja nomes

O futuro ministro da Fazenda anunciou Marcos Barbosa Pinto para Reformas, Rogério Ceron para o Tesouro e outros nomes; veja lista

Fernando Haddad: futuro ministro anunciou novos nomes da Fazenda (José Cruz/Agência Brasil)

Fernando Haddad: futuro ministro anunciou novos nomes da Fazenda (José Cruz/Agência Brasil)

CR

Carolina Riveira

Publicado em 22 de dezembro de 2022 às 14h32.

Última atualização em 22 de dezembro de 2022 às 15h29.

O futuro ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), anunciou nesta quinta-feira, 22, novos nomes que vão compor as secretarias da pasta. O anúncio aconteceu horas depois de o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) também anunciar mais de dez novos ministros para o gabinete.

Foram anunciados nesta tarde os nomes de Marcos Barbosa Pinto (Reformas Econômicas), ex-BNDES e que atuava na iniciativa privada, Guilherme Mello (Política Econômica), professor da Unicamp e economista do PT, além de dois indicados oriundos da gestão de Haddad em São Paulo, Rogério Ceron (Tesouro) e Robinson Barreirinhas (Receita Federal).

"Esse quarteto que eu apresento hoje aqui é o que nós precisamos para ter um Ministério da Fazenda cada vez mais eficiente e que busque soluções para os problemas que o país está vivendo", disse Haddad sobre os nomeados.

Quem foi anunciado por Haddad

  • Secretaria de Reformas Econômicas: Marcos Barbosa Pinto;
  • Secretaria do Tesouro: Rogério Ceron;
  • Secretaria da Receita Federal: Robinson Barreirinhas;
  • Secretaria de Política Econômica: Guilherme Mello.

Presidentes de Caixa e BB têm discussões adiantadas

No pronunciamento desta tarde, Haddad afirmou também que a nomeação dos presidentes da Caixa Econômica Federal e do Banco do Brasil tem discussões "adiantadas".

O futuro ministro disse ainda que, na semana que vem, deve se dedicar ao anúncio do chefe da Secretaria de Assuntos Internacionais, mas que o primeiro escalão está "praticamente montado".

Além dos anúncios, Haddad afirmou que os secretários escolhidos aproveitarão técnicos de carreira nos cargos das secretarias, como nos adjuntos no Tesouro e na Receita Federal (uma vez que ambos os escolhidos vieram de São Paulo e não são funcionários de carreira). "Tenho muita clareza da qualidade técnica de nossos quadros", disse sobre os servidores de carreira.

yt thumbnail

Quem é Marcos Barbosa Pinto (Reformas Econômicas)

O futuro secretário de Reformas Econômicas, Marcos Barbosa Pinto, já trabalhou com Haddad na construção de programas como o Prouni (de parcerias com universidades privadas para concessão de bolsas) e o modelo de Parcerias Público-Privadas (PPP). "Um grande quadro que nós vamos ganhar", disse Haddad sobre a nomeação.

Barbosa Pinto foi assessor do BNDES no primeiro governo Lula e trabalhou também na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que regula o mercado de capitais. Ele foi também sócio de Armínio Fraga na Gávea Investimentos e atuava no momento em seu escritório de advocacia.

No governo do presidente Jair Bolsonaro, Barbosa Pinto foi brevemente nomeado diretor de Mercados de Capitais do BNDES, cargo em que chegou a ser "pivô" da demissão de Joaquim Levy da chefia da instituição (Bolsonaro não gostou de saber que Barbosa Pinto já havia trabalhado em gestões do PT).

A agora Secretaria de Reformas Econômicas se chamava até então "Secretaria de Acompanhamento Econômico", mas foi rebatizada. Há ainda na Fazenda de Haddad uma secretaria específica para reforma tributária, que ficará sob comando do economista Bernard Appy, mas as demais reformas, segundo o futuro ministro, ficarão sob a gestão de Pinto.

Quem são Rogério Ceron (Tesouro) e Robinson Barreirinhas (Receita)

Dentre os anúncios do dia, Haddad oficializou Rogério Ceron como secretário do Tesouro, e Robinson Barreirinhas como secretário da Receita Federal. Ambos estiveram na Prefeitura de São Paulo durante a gestão Haddad, que governou a capital paulista entre 2013 e 2016.

Barreirinhas é advogado e procurador-chefe da Fazenda do município de São Paulo, tendo sido ex-secretário de Assuntos Jurídicos da cidade de São Paulo na gestão Haddad na Prefeitura.

Já Ceron estava na presidência do SP Parcerias, órgão ligado à Prefeitura, e foi secretário de Finanças de Haddad na Prefeitura.

Para o Tesouro, o nome do atual secretário da Fazenda do estado de São Paulo e ex-diretor da Instituição Fiscal Independente, Felipe Salto, chegou a ser ventilado, mas a proximidade de Ceron com Haddad fez o secretário perder força na disputa - em entrevista coletiva nesta quinta-feira, como a EXAME mostrou, Salto reforçou que sua interlocução tem sido sobretudo com Alckmin no governo eleito.

Quem é Guilherme Mello (Política Econômica)

Já o economista Guilherme Mello, que fez parte da equipe de economistas da transição junto a Pérsio Arida, André Lara Resende e Nelson Barbosa, será o secretário de Política Econômica.

Professor da Universidade de Campinas (Unicamp) e próximo de Haddad desde a campanha presidencial de 2018, Mello se tornou um dos expoentes dentre os novos economistas do PT. Haddad disse que a equipe da qual Mello participou ao lado de Arida, Lara Resende e  na transição "deu subsídios robustos para fazer a negociação da PEC de Transição", aprovada na Câmara nesta semana. "Nós tivemos êxito na negociação porque nossos argumentos eram bons", disse.

Sob a seara de Mello devem ficar debates cruciais na Fazenda no próximo ano, como a discussão de um novo arcabouço fiscal a ser proposto pelo governo. Haddad já afirmou que pretende enviar uma proposta de âncora fiscal (que substituiria o atual teto de gastos) ao Congresso ainda no primeiro semestre de 2023, mas disse que, antes, ouvirá economistas e instituições sobre o melhor formato.

VEJA TAMBÉM: Haddad pretende enviar proposta de novo arcabouço fiscal no 1º semestre

 

 

Acompanhe tudo sobre:Fernando HaddadGoverno LulaMinistério da Fazendareceita-federalTesouro Nacional

Mais de Brasil

'Tentativa de qualquer atentado contra Estado de Direito já é crime consumado', diz Gilmar Mendes

Entenda o que é indiciamento, como o feito contra Bolsonaro e aliados

Moraes decide manter delação de Mauro Cid após depoimento no STF

Imprensa internacional repercute indiciamento de Bolsonaro e aliados por tentativa de golpe