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ANTT confirma que não houve propostas pelo trem-bala

O período para apresentação de propostas previsto no edital era das 9h às 14h desta segunda na BM&FBovespa, em São Paulo

O trem-bala está orçado em cerca de 33 bilhões de reais pelo TCU, embora a iniciativa privada estime custo muito maior (ChinaFotoPress/Getty Images)

O trem-bala está orçado em cerca de 33 bilhões de reais pelo TCU, embora a iniciativa privada estime custo muito maior (ChinaFotoPress/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 11 de julho de 2011 às 18h24.

São Paulo/Brasília - A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) confirmou que não houve na segunda-feira apresentação de propostas pelo trem-bala, que vai conectar São Paulo, Campinas e Rio de Janeiro.

O período para apresentação de propostas previsto no edital era das 9h às 14h desta segunda na BM&FBovespa, em São Paulo. A abertura dos envelopes aconteceria no próximo dia 29. Jornalistas presentes na bolsa não viram nenhum representante de empresa ou consórcio apresentando oferta.

O governo tinha decidido manter o cronograma do leilão do trem-bala, que já foi adiado duas vezes, apesar de o Tribunal de Contas da União (TCU) ter solicitado na quarta-feira passada mudanças no edital do empreendimento.

Além das considerações do TCU, foram feitos três pedidos formais por nova postergação do leilão, entre eles um do chamado consórcio coreano, considerado o principal interessado na obra.

O leilão do trem-bala --obra que está no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC)-- deveria ter ocorrido em dezembro passado. A licitação foi adiada para abril e depois para julho, com pedidos por mais tempo para analisar o projeto e formação de consórcios.

O trem-bala está orçado em cerca de 33 bilhões de reais pelo TCU, embora a iniciativa privada estime custo muito maior. O projeto enfrenta críticas da oposição e resistência até dentro do governo.

O diretor-geral ANTT, Bernardo Figueiredo, deve dar entrevista coletiva no final da tarde em Brasília sobre o trem-bala.

Novo modelo

A expectativa de um investidor que participou das negociações sobre o trem-bala é de que o governo reformule o modelo de licitação e assuma um risco maior na parte da construção civil do projeto.


O ideal, segundo ele, seria o governo dividir a concorrência em duas fases.

Primeiro, escolher qual tecnologia de trem de alta velocidade será adotada. Concorreriam nessa disputa empresas de países que já manifestaram interesse no projeto, como da França, Espanha, Alemanha, Japão e Coreia do Sul.

Como o tipo de tecnologia escolhida é determinante na parte civil do projeto --dependendo do modelo de trem adotado muda até o traçado--, numa segunda etapa esse investidor defende que o governo licite a construção do empreendimento.

Concorreriam nessa segunda licitação as empreiteiras. Mas o investidor, que pediu anonimato, defende que o governo apenas contrate as construtoras, realizando uma obra pública, ou faça uma Parceria Público-Privada.

Para esse negociador, a concessão --modelo em que os investidores assumem o risco-- só deveria ser aplicada na operação dos trens, e não na construção da ferrovia.

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