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Antigos aliados em Fortaleza, PT e PSB duelam no 2º turno

O petista Elmano de Freitas, que ficou com 25,44 por cento dos votos, enfrentará Roberto Cláudio, do PSB, que recebeu 23,32% dos votos neste domingo

Roberto Cláudio, candidato do PSB, de Eduardo Campos, à prefeitura de Fortaleza (Divulgação/PSB)

Roberto Cláudio, candidato do PSB, de Eduardo Campos, à prefeitura de Fortaleza (Divulgação/PSB)

DR

Da Redação

Publicado em 8 de outubro de 2012 às 06h57.

Antigos aliados na prefeitura de Fortaleza, PT e PSB vão medir forças no segundo turno das eleições numa disputa que promete ser bastante acirrada e pode ter desdobramentos para a aliança estadual e nacional entre os dois partidos.

O petista Elmano de Freitas, que ficou com 25,44 por cento dos votos, enfrentará Roberto Cláudio, do PSB, que recebeu 23,32 por cento dos votos neste domingo. Freitas é apoiado pela prefeita do PT, Luizianne Lins, e Cláudio foi escolhido pelo governador do PSB, Cid Gomes.

PT e PSB, agora adversários, mantinham aliança na prefeitura desde o primeiro mandato da prefeita petista Luizianne Lins, iniciado em 2004. Os dois partidos são aliados na gestão estadual, e o PSB faz parte da aliança do PT no governo federal desde a eleição de Lula em 2002.

O candidato do PT elevou o tom ao descrever o partido adversário após a conclusão da apuração deste domingo, indicando que o segundo turno deverá ser tenso na capital cearense.

"O PSB em Fortaleza não é de 2004, ou de 2008. O que temos é o PSB da família Ferreira Gomes. O que temos aqui é a polarização entre PT e seus aliados e a família Ferreira Gomes e seus aliados", disse o petista em referência ao governador Cid Gomes e seu irmão, o ex-deputado Ciro Gomes.

O PT e os Gomes estão de lados opostos desde a escolha de Roberto Cláudio para concorrer contra Freitas.

O governador disse à Reuters dias antes da eleição que não vê possibilidade de PT e PSB romperem a aliança em âmbito estadual ou federal, mas alertou que sempre há petistas e socialistas "querendo botar lenha na fogueira".

Fortaleza é mais um dos palcos da disputa entre PT e PSB. Desde o começo da corrida eleitoral, os dois partidos se separaram em disputas onde governavam juntos, como em Recife e Belo Horizonte.

Esses movimentos alimentaram as especulações de que os socialistas estão gestando um projeto próprio de poder, que poderia ser encabeçado pelo governador de Pernambuco e presidente da legenda, Eduardo Campos.

O governador, porém, disse em Recife que não alimentará as rusgas das disputas municipais.


Apoio no segundo turno

A votação dos dois candidatos que disputarão o segundo turno ficou abaixo dos 50 por cento, tornando ainda mais relevante o apoio dos demais partidos no segundo turno.

O terceiro colocado na disputa, Heitor Ferrer (PDT), recebeu 20,97 por cento dos votos, e o seu partido ainda não definiu quem irá apoiar no segundo turno.

O presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, disse à Reuters após a conclusão da apuração, que o apoio a um dos candidatos será "uma escolha de Sofia" para o partido, numa referência ao filme em que a mãe, presa num campo de concentração durante a Segunda Guerra Mundial, precisa escolher um dos filhos para ser morto.

"Acho mais difícil estar com o PT por causa da briga (histórica) local", explicou. "Mas não é fácil também ficar com o PSB", disse, lembrando porém que o PDT integra o governo estadual comandado pelo PSB.

Freitas disse à Reuters que os eleitores do PDT devem se dividir entre ele e Roberto Cláudio no segundo turno e que a orientação formal do comando pedetista não tem tanto peso sobre esse eleitorado.

"A orientação do partido é uma questão que influencia, mas não define o voto", argumentou.

O petista acredita, porém, que conseguirá atrair mais votos do candidato do DEM, Moroni Torgan, que ficou em quarto lugar com 13,75 por cento dos votos.

"Nós do PT temos muita atuação na periferia, onde o candidato do DEM teve maior força", disse. "Do ponto de vista do eleitorado, deve migrar para nós", acrescentou.

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