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Antibiótico terá tratamento de remédio tarja preta

Farmácias e drogarias brasileiras serão obrigadas a reter a receita médica ao venderem antibióticos

Venda de antibióticos sofrerá a mesma restrição dos medicamentos de tarja preta (Raphael Falavigna/VEJA)

Venda de antibióticos sofrerá a mesma restrição dos medicamentos de tarja preta (Raphael Falavigna/VEJA)

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Da Redação

Publicado em 23 de outubro de 2010 às 11h50.

Brasília - As farmácias e drogarias brasileiras serão obrigadas a reter a receita médica durante a venda dos antibióticos. A medida foi anunciada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) nessa sexta-feira (22).

Os estabelecimentos terão 30 dias para se adequar à norma a partir da publicação da medida no Diário Oficial da União, o que deve ocorrer na próxima semana. O principal objetivo da proposta é restringir a venda indiscriminada desse tipo de medicamento.

Com a nova regulamentação, uma das vias da receita ficará com a farmácia e a outra com o consumidor. Essa norma já é usada no comércio de remédios de tarja preta. As bulas e embalagens também devem ser alteradas para incluir a frase: “Venda sob prescrição médica – só pode ser vendido com a retenção da receita”. Além da retenção da receita, todas as vendas deverão ser informadas ao Sistema Nacional de Gerenciamento de Produtos Controlados.

A toxicologista da Universidade de Brasília (UnB) Andrea Amoras acredita que a proposta é importante para conter a resistência de microorganismos fortalecidos pelo uso sem controle desse tipo de medicamento. “A regulamentação é importantíssima para a sociedade. O uso indiscriminado e errôneo de antibióticos faz com que surjam microorganismos fortes. Essa regulamentação previne o aparecimento desses organismos”, disse Amoras.

As regras vão valer para mais de 90 substâncias, entre elas amoxicilina, azitromicina, cefalexina e sulfametoxazol, princípios ativos de mais 1.200 medicamentos registrados no Brasil. “Essas substâncias foram escolhidas por serem as campeãs de comercialização. A intenção da agência, porém, é que outras sejam incluídas gradativamente no sistema”, explicou o diretor-presidente da Anvisa, Dirceu Raposo.


O presidente da Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma), Sérgio Mena Barreto, concorda com a proposta. “Nós apoiamos a restrição. A grande questão é o acesso da população aos medicamentos, porque é uma realidade do consumidor não ter acesso aos médicos. A regulamentação pode dificultar esse acesso”, disse Mena Barreto.

Um levantamento feito por uma rede de farmácias do Distrito Federal mostra que, em setembro, foram vendidos 43,8 mil medicamentos. O antibiótico mais vendido da lista é a amoxicilina, com mais de 7,3 mil vendas, seguido da cefalexina, com cerca de 4,7 mil unidades vendidas. A informação foi dada pelo presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Produtos Farmacêuticos do Distrito Federal, Diocesmar Felipe de Faria.

Para ele, as novas regras não vão alterar o mercado. “Nós não temos expectativa de queda nas vendas de antibióticos. A medida do governo é favorável e acertada. Esse tipo de medicamento deve ser controlado e usado após consulta médica e só quando for necessário. Nós, do comércio farmacêutico, apoiamos”, disse o presidente.

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